Neste dia não podia deixar de
prestar o meu simbólico tributo a um grande lifer politico e humanista africano – Ou, então, apontem-me o país, que, em
África, tem a qualidade de vida que o da Guiné
Equatorial – Ou, então, digam-me qual o país africano, onde a democracia é verdadeiramente
pluralista
JORGE TRABULO MARQUES - JORNALISTA
Voltei à Guiné Equatorial, 42 anos depois, em Julho de 2017, em Malabo e em Bata, para agradecer
ao Presidente Obiang, ter-me salvo da forca, quando, em finais de Novembro de 1975, ali aportei numa frágil piroga, depois de 38 longos e penosos dias ao
sabor das vagas e fui tomado por espião. Tendo sido libertado pelo então jovem
comandante das Forças Armadas e Policiais, Obiang Nguema Mbasogo, que
três anos depois derrubaria seu tio, em 3 de Agosto de 1979,
através do chamado Golpe
de Libertad


.

É referido em noticias de que, “apesar da ameaça causada pelo aparecimento do coronavírus no mundo, todo o pessoal desta missão diplomática e os cidadãos da Guiné Equatorial residentes em Portugal, Cabo Verde, Guiné-Bissau e Timor-Leste, juntam-se a mim para felicitar Vossa Excelência por ocasião do dia 5 de Junho de 2020", inicia assim a mensagem enviada pelo Embaixador da Guiné Equatorial em Portugal e perante a CPLP, Tito Mba Ada.
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Com o Vice-Presidente da GE |
Que Deus salve o povo da Guiné Equatorial face à pandemia da COVID-19", conclui as felicitações enviadas pelo Embaixador da Guiné Equatorial na Confederação Suíça e Representante Permanente no Gabinete da ONU e noutras organizações internacionais com sede em Genebra, Lazaro Ekua Avomo
GUINÉ EQUATORIAL – UM EXEMPLO BEM SUCEDIDO DE COMBATE À MALÁRIA
Recentemente a OMS alertou os países
para que não deixem o COVID-19 eclipsar outros problemas de saúde,
frisando que “o paludismo continua a ser
a doença infecciosa mais mortal da humanidade”admitindo a possibilidade de que
os casos poderão chegar a 769.000 devido a essa desconcentração.

Tal facto foi citado, recentemente,
num artigo na prestigiada revista de investigação
da American Society of Tropical Medicine and Hygiene.
De recordar que "O Programa de Eliminação da Malária na Ilha Bioko (BIMEP) ganhou o Prêmio P3 Impact, que premia os melhores programas no nível mundial, impulsionado por parcerias de negócios público-privado (P3) e que visam alcançar um mundo melhor. Pela primeira vez na história dos prêmios Concordia, um programa vence em duas categorias: Prêmio do Júri pelo melhor Programa e Prêmio doo Ayekaba. https://www.guineaecuatorialpress.com/noticia.php?id=13983
Actualmente, o EGMVI
concluiu três ensaios de vacinas na Guiné Equatorial, dois ensaios de vacinas e
um estudo de incidência da malária na Tanzânia, tendo-se iniciado os
preparativos para um ensaio clínico que envolve mais de 2.100 voluntários. O
pessoal técnico está actualmente a receber formação para obter vários diplomas
avançados no estrangeiro e a receber formação em boas práticas clínicas e
métodos protocolares específicos. https://www.guineaecuatorialpress.com/noticia.php?id=15519
OBIANG SALVOU-ME A VIDA
Conheci este homem há 45 anos - No dia 4 de Dezembro de 1975. Chama-se )Teodoro Obiang Nguema Mbasogo - É o Presidente da Guiné Equatorial. Salvou-me de ser condenado pelo seu tio, o auto-proclamado Presidente Vitalício Francisco Macias Nguema, que derrubaria em 3 de Agosto de 1979 -
Ao cabo de 38 penosos dias, ao sabor das vagas, num simples madeiro escavado, acabo por acostar à Ilha de Bioko (ex-Fernando Pó), onde sou tomado por espião e encarcerado numa cela da Cadeia Central – para ser executado, já que este era o destino de quem ali era condenado: entrar vivo e sair cadáver. Considerada, naquela época, a prisão mais tenebrosa que os famigerados campos de concentração nazis

Felizmente, havia de ser uma mensagem, autenticada pelo MLSTP, escrita expressamente para saudar o Povo Brasileiro - admitindo que pudesse fazer a travessia de : Tomé ao Brasil - que haveria de contribuir para me salvar a vida.
Mesmo assim, dada a persistente desconfiança do então Presidente Macias, que nem depois de enviar o seu barbeiro pessoal (o santomense, Sr. Bandeira) se convencera, nem da veracidade da referida mensagem, nem dos meus argumentos, quem acaba por ordenar a minha soltura é o seu sobrinho, o então comandante das Policias e das Forças Armadas, o atual Presidente Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, a quem fico a dever a vida. A ele, pois, nesta datada especial, um caloroso abraço de gratidão.
Ao cabo de 38 penosos dias, ao sabor das vagas, num simples madeiro escavado, acabo por acostar à Ilha de Bioko (ex-Fernando Pó), onde sou tomado por espião e encarcerado numa cela da Cadeia Central – para ser executado, já que este era o destino de quem ali era condenado: entrar vivo e sair cadáver. Considerada, naquela época, a prisão mais tenebrosa que os famigerados campos de concentração nazis



"Guineans believed their first president had supernatural powers. Using the knowledge of witchcraft he inherited from his sorcerer father, President Francisco Macias Nguema built a huge collection of human skulls at his homestead to beat his subjects to submission" In FRANCISCO MACIAS NGUEMA. The mad man from Equatorial
Nov - 1975 - OUVIA DA MINHA CELA NAUSEABUNDA, OS GRITOS LANCINANTES DE EXECUÇÕES E ESPANCAMENTOS – ONDE APENAS TINHA UMA LATA PARA FAZER AS NECESSIDADES E UM BANCO COMPRIDO PARA ME DEITAR
"Dizer Black Beach é dizer a morte.Quando um prisioneiro chega a essa prisão, sua família começa a preparar o caixão".
Depois de ter sido encarcerado numa das mais tenebrosas prisões de África, por ordens expressas do seu tio, o então jovem Obiang, confessava-se extremamente intrigado com o insólito desembarque clandestino de um português numa canoa e quis inquirir-me pessoalmente. A referida cadeia fora mandada construir no tempo colonial espanhol. Chamavam-lhe, naquela altura, a Cadeia Central e situava-se junto à Praia Negra, da cidade de Malabo, capital da Guiné Equatorial –, Tratava-se, efetivamente, da famigerada Black Beach
Quando um prisioneiro, ali dava entrada, era o sinal dado à sua família de que tinha de preparar o caixão para o ir buscar. Uns dias depois de ali ter sido encarcerado, fui conduzido ao edifício do Comando da Polícia e das Forças Armadas (aliás, contiguo à cadeia) onde se encontrava, Teodoro Obiang, sendo ele, então, o supremo comandante, que me mandou chamar ao seu gabinete - Foi o primeiro gesto de cortesia que eu encontrei a nível das autoridades policiais - Estou ainda hoje persuadido de que foi ele que me salvou de ser condenado.
"Havia todos os tipos de tortura. Eles penduravam os presos pelos tornozelos, amarraram-los em posições improváveis, vencê-los sem aviso prévio e em qualquer momento que eles queriam. Os guardas Black Beach tinham apenas a tarefa de espancar os prisioneiros", Outro problema era a comida: muitos prisioneiros morreram de fome. "E o cheiro. As células foram eram tão estreitas que uma pessoa não se poderia esticar, estavam sempre no escuro, e seu cheiro era muito forte, insuportável. Às vezes cheguei a pensar em me matar."iais - Estou ainda hoje persuadido de que foi ele que me salvou de ser condenado.
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Travessia - S. Tomé Nigéria |
Mas enganava-se: eu já havia enfrentado vários tornados, noites escuras e tempestuosas e, na minha mente, havia uma ideia longamente amadurecida e bem determinada: - Ir novamente ao encontro da imensidade atlântica! Ir ainda mais longe, custasse o que custasse!... Ninguém podia demover-me desse propósito e do significado que lhe pretendia atribuir. - Estando o mar calmo, não havendo vento, dada a proximidade da Ilha, havia pois o risco de poder ser assaltado... Praticamente, não consegui sair do mesmo sítio e sempre com os olhos na pequena ilha que tinha ali bem próximo, receoso que alguma canoa saísse de lá. Até porque as últimas palavras que ouvira do alto do convés, foram bem esclarecedoras: "escapa-te daqui o mais depressa que puderes, senão te roubam!!"... Já com as primeiras sombras do curto crepúsculo e após um giro em torno do horizonte, o referido barco aproximou-se de mim e voltou a carregar-me a piroga, prometendo largar-me no dia seguinte. Às tantas da noite, já com o pesqueiro de novo fundeado ao largo e envolvido por enorme agitação, varrido de proa à popa, pela já habitual tempestade noturna da época das chuvas, que o assolara já nas anteriores noites, sim, depois de muitos dos tripulantes virem junto de mim, tentando persuadir-me a ficar a bordo com eles ("Jorge! Não vês, como está o mar?!... Vais morrer!!.. Fica connosco!.." ) o imediato veio falar comigo para me apresentar na cabine do Comandante: quis dissuadir-me a desistir da viagem, convidando-me a trabalhar a bordo. Não tendo aceite a sua proposta, obrigou-me assinar um termo de responsabilidade.

Na manhã seguinte, a "Yon Gato", é finalmente arreada ao largo de Annobón, com rumo de retorno a São Tomé - Mal o sol equatorial raiara, como que emergindo do fundo do vasto manto azul circular: à voz de "canoa ao mar"! Lá fui sozinho à minha vida, rumo ao Norte, munido apenas de uma simples bússola! Desiludido por não ter sido largado um pouco mais a sul e a oeste, lá parti, de regresso a São Tomé, pelo desconhecido oceano a fora, a pensar em refazer nova viagem e com o apoio marítimo de alguém que não me traísse! - . Após um dia de navegação normal, com vento pela popa e à vela - mas sempre perseguido por duas canoas para me roubarem os alimentos, dada a extrema penúria vivida naquela ilha - surge o inevitável temporal: um violento tornado, ao princípio da noite, vindo do sudeste, uma súbita rajada de vento seguida por uma enorme vaga, apanha-me desprevenido e ainda com a nova casca de noz, mal acabada de experimentar, solta-me o leme (que lhe adaptei - e só por milagre também eu não fui atirado, com a cana do leme, para o seio daquela escurissima confusão, que só a curtos espaços os relâmpagos iluminavam) deixa-me a piroga atravessada à vaga e desgovernada, varrendo-me os apetrechos e forçando-me alijar da maior parte de viveres para aliviar o lastro e não ir ao fundo


- Lá foram mandados ao mar três bidões de água potável e as latas de conserva oferecidas a bordo do Hornet. Apressei-me a enrolar a vela e a colocar o mastro (suplente) de través para lhe conferir alguma estabilidade e a lançar o 4º bidão de plástico, meio de água, preso a uma corda para fazer de âncora flutuante de modo a forçá-la a estar de proa à vaga.. O colchão insuflável, coloquei-o à proa com a lanterna, sobre o estrado) para o que desse e viesse, sim, era a única boia que dispunha e eu não sabia ainda muito bem como a canoa iria resistir e se comportar.. Escusado será dizer que a noite fora pavorosa!...Não há palavras para a descrever..De manhã improvisei um remo com um barrote e uns bocados que arranquei da cobertura, junto à popa..Sim, nunca cruzei os braços, nunca me dei por vencido: foram infinitos os momentos em que a vida esteve sempre presa por um fio. Mas havia que lutar.


PIOR DE QUE CELA, AUTÊNTICA LIXEIRA DE RATOS E DE CHEIROS NAUSEABUNDOS
Quem fornecia a comida aos prisioneiros, eram os familiares. Lá dentro não havia cozinhas nem refeitórios. Ao lado da minha cela, situava-se a casa de banho dos guardas prisionais, que me mandava um pivete insuportável, mas que eu não podia utilizar. Havia baratas e percevejos por todos os lados. As ratazanas entravam na minha cela, chegavam a passear-se por cima de mim e a morder-me nos dedos dos pés, quando me deitava - Por vezes no chão, pois não conseguia estender-me e segurar-me no banco. Também nem sequer dispunha de uma torneira ou de um lavatório. Para beber um copo de água tinha de o implorar aos guardas, que só mo levavam quando lhes apetecesse. Por outro lado, também tinha de levar com o cheiro das minhas fezes, pois, só de manhã eram recolhidas. Como se não bastasse o estado de desnutrição, que quase me arruinara, tinha agora que levar com os suores e cheiros do meu corpo, pois não tinha onde me lavar. Daí que, quem ali desse entrada, não tardasse a que, ao fim de alguns dias, tivesse a sensação de que, em vez do prisioneiro se sentir um ser humano, se identificasse como um pária e ficasse assim mais propenso a aceitar a condenação como um castigo justo e inevitável. Felizmente, nunca me deixei abater, porque, as adversidades do mar, me haviam preparado para todo o tido de dificuldades, no entanto, a passagem por aquela prisão (breve é certo) constitui uma marca negra nas minhas recordações da Guiné Equatorial e na minha vida.
MAS QUE MAL TERIA FEITO EU, PARA, APÓS OS 38 DIAS DE SOFRIMENTO NO ALTO MAR, DAR ENTRADA NUM PRESIDIO DOS CONDENADOS À MORTE?!... - CHEGUEI MESMO A PENSAR SE NÃO TERIA VALIDO MAIS A PENA TER FICADO NA BARRIGA DE UM TUBARÃO.


Naquela altura, o pior que me poderia acontecer era acostar em qualquer ponto da Guiné Equatorial, ou nalguma das suas Ilhas ou no continente. Eu sempre pensei que os maiores riscos, não eram tanto as dificuldades no mar, mas a grande incerteza das condições em que poderia ser recebido onde fosse aportar. Quando fiz a viagem de São Tomé à Nigéria, depois de 13 dias solitários no mar, eu não fui maltratado mas não me livrei de ter sido privado da minha liberdade durante 17 dias, após o que me repatriaram para Portugal - Na viagem dos três dias de São Tomé ao príncipe, fui preso e espancado pela PIDE - Ó sorte macaca! Que no mar me protegeste e em terra me abandonaste!
"QUE ATREVIMENTO É ESSE!!" - QUASE ME IAM MATANDO QUANDO HASTEEI A BANDEIRA DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE
Na viagem à Nigéria, levei as duas bandeiras: a de São Tomé e Príncipe e a de Portugal Mas, nesta viagem, apenas levei o pavilhão do jovem país independente aonde regressei sem um centavo na algibeira, onde encontrei todo o apoio que precisei para mandar construir a canoa e para a aparelhar.- Sim, e donde parti para grande aventura. No meu cárcere, em Bioko, um de dia resolvi hastear a Bandeira Nacional de São Tomé e Príncipe, - Quando o carcereiro, que, de volta e meia vinha espreitar a minha cela, topou, mas que heresia!... Foi buscar imediatamente a chave da cela e, ao entrar lá dentro, deu-me um empurrão contra a parede, e, ao mesmo tempo que agarrava nela e a amachucava, levando-a, berrava: Su mercenário! ¿Qué descaro!! Qué falta de vergüenza!! - Não posso dizer que fosse agredido fisicamente, mas humilhado e submetido a uma incerteza psicológica terrível. É que, após ter dado entrada naquele maldito presídio de condenados à pena capital, contava sempre com o pior: de resto, os presidiários que me visitaram pela janela e me levaram comida, avisam-me logo, com esta pergunta: "És político?!..- A que eu respondi: "Não!" Diz um deles: "Então talvez te safes. Mas não digas mal do Presidente, senão... podem decapitar-te!
POUCOS DIAS DE CATIVEIRO, MAS AUTÊNTICAS ETERNIDADES - QUEM NÃO RECEBESSE COMIDA DO EXTERIOR, MORRIA DE FOME
A cadeia não fornecia alimentação: tinham de ser os familiares. Nos primeiros três dias, quem me passou alguma comida (massa de mandioca, regada com óleo de palma, que mais das vezes a vomitava para a lata das necessidades, pois eu estava magríssimo e, o meu estômago, já não estava habituado a comer alimentos sólidos, há muitos dias), sim, quem me deu alguma comida, foram os próprios condenados, que trepavam curiosos à minha janela gradeada, durante o curto recreio que dispunham, num átrio para a qual a minha cela estava voltada. Creio que, naquela altura, devia ser o único europeu preso. Agora, depois que houve por lá uma tentativa fracassada de Golpe de Estado, em Março de 2004, estão lá presos alguns dos implicados. Mas nada que se compare às tenebrosas condições daqueles tempos.
Nos dias seguintes, passei a receber uma cestinha, com frutos e outros alimentos, por parte do barbeiro do Presidente Nguema, um amável são-tomense, que era também o representante diplomático e que ali tinha ido a seu mando para recolher informações a meu respeito - E, se não fosse o facto de ter comigo uma mensagem autenticada pelo MLSTP, que lhe entreguei para a mostrar a Nguema, dificilmente de lá sairia vivo - A mensagem destinava-se a saudar o Povo Brasileiro, viagem que não consegui realizar, pelo facto do comandante do pesqueiro americano se ter recusado a deixar-me na corrente equatorial, mas junto à Ilha de ANO BOM, onde os ventos e as correntes tomavam a direção Norte, tendo, nessa mesma noite, sido surpreendido por um violento tornado, que me fez perder a maior parte dos alimentos e apetrechos
A canoa "Yon Gato" foi carregada a bordo do pesqueiro Hornet, em meados de Outubro, de 1975, ao largo da Baía Ana de Chaves para ser largada na corrente equatorial - Porém, contrariamente ao prometido, ao fundear junto à Ilha de Ano Bom (Guiné Equatorial) com o pesqueiro envolvido por enorme agitação noturna, varrido de proa à popa, pelas já habituais tempestades da época das chuvas, que o assolaram nas anteriores noites, o comandante chama-me à câmara de comando para desistir do meu propósito e coloca-me num dilema: ou fico a trabalhar a bordo ou tenho que ser largado com a canoa. De resto, este era também o aviso e a vontade expressa da tripulação: "Jorge! Não vês, como está o mar?!... Vais morrer!!.. Fica connosco!.." Não tendo aceite a sua proposta, obriga-me assinar um termo de responsabilidade, antes de arrear a canoa ao mar.
A canoa "Yon Gato" foi carregada a bordo do pesqueiro Hornet, em meados de Outubro, de 1975, ao largo da Baía Ana de Chaves para ser largada na corrente equatorial - Porém, contrariamente ao prometido, ao fundear junto à Ilha de Ano Bom (Guiné Equatorial) com o pesqueiro envolvido por enorme agitação noturna, varrido de proa à popa, pelas já habituais tempestades da época das chuvas, que o assolaram nas anteriores noites, o comandante chama-me à câmara de comando para desistir do meu propósito e coloca-me num dilema: ou fico a trabalhar a bordo ou tenho que ser largado com a canoa. De resto, este era também o aviso e a vontade expressa da tripulação: "Jorge! Não vês, como está o mar?!... Vais morrer!!.. Fica connosco!.." Não tendo aceite a sua proposta, obriga-me assinar um termo de responsabilidade, antes de arrear a canoa ao mar.
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