Meu Natal Timor,
Meu primeiro Natal.
Meu primeiro Natal.
Quantos anos tinha?
Nunca o soube ao certo.
Nunca o soube ao certo.
Minha Mãe-Menina
Fez-me o seu presépio:
Uma encosta arrancada ao Ramelau [1]
Com uma gruta ausente
Cheia de Maromak [2]
E perfume de coco.
Um búfalo e um kuda [3]
E o bafo quente dos seus pulmões.
E um menino sobre a palha de arroz
E folhas de cafeeiro.
Fez-me o seu presépio:
Uma encosta arrancada ao Ramelau [1]
Com uma gruta ausente
Cheia de Maromak [2]
E perfume de coco.
Um búfalo e um kuda [3]
E o bafo quente dos seus pulmões.
E um menino sobre a palha de arroz
E folhas de cafeeiro.
Um menino branco
Igual aos que chegavam de longe.
Igual aos que chegavam de longe.
E eu recuei, porque via no berço
Um menino rosado,
Um menino branco
Igual aos que chegavam de longe.
Um menino rosado,
Um menino branco
Igual aos que chegavam de longe.
- Ele é, mais do que todos, teu irmão...
- Mas como pode ser um meu irmão?
- É teu irmão: firma-lhe bem os teus olhos, meu amor!
- Mas como pode ser um meu irmão?
- É teu irmão: firma-lhe bem os teus olhos, meu amor!
E eu, obedecendo,
Firmei-me todo n’Ele.
E vejo-O desde então
Também da minha cor!
Firmei-me todo n’Ele.
E vejo-O desde então
Também da minha cor!
Fernando Sylvan (pseudónimo de Abílio Leopoldo Motta Ferreira) nasceu em
Díli, Timor-Leste, em 1917.Inline image
Foi presidente da Sociedade de Língua Portuguesa durante duas décadas.
Participante ativo na Resistência Timorense.
Foi poeta, prosador, dramaturgo e ensaísta.
Morreu em 1993, na cidade de Cascais, Portugal, onde morou grande parte da sua vida.
Foi presidente da Sociedade de Língua Portuguesa durante duas décadas.
Participante ativo na Resistência Timorense.
Foi poeta, prosador, dramaturgo e ensaísta.
Morreu em 1993, na cidade de Cascais, Portugal, onde morou grande parte da sua vida.
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