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sábado, 20 de abril de 2019

Joan Miró – Nasceu há 126 anos “ - Maria Dolors Miró Juncosa, filmou em Portugal - Patrona e única filha do pintor Joan Miró, morreu, em 25 de Dezembro, 2004

Jorge Trabulo Marques - Jornalista

Miró e uma das suas obras - Com o enigmático M 


"Quando fico à frente de uma tela, nunca sei o que vou fazer – e ninguém fica mais surpreso do que eu com o que aparece. Joan Miró  -Sinto a necessidade de alcançar o máximo de intensidade com o mínimo de meios. Joan Miró  - A pintura ergue-se das pinceladas como um poema nasce das palavras. O significado vem depois. Joan Miró -Eu pinto num frenesim, com violência real para que as pessoas saibam que ainda estou vivo, que respiro, que ainda tenho sítios para ir. Estou a dirigir-me para novas direções. Joan Miró - https://www.serralves.pt/documentos/exposicoes/DossierPedagogicoMiro.pdf


DOIS BRASILEIROS E UM PORTUGUÊS,   TIVERAM PAPEL RELEVANTE NO ENVIO DAS EMBLEMÁTICAS "CONSTELAÇÕES" DE JOAN MIRÓ DE ESPANHA PARA OS EUA

Nos anos 40, os brasileiros, Paulo Duarte, este identificado como “delegado do Museu de   Arte Moderna em  Nova Iorque,  bem como o poeta brasileiro João Cabral de Melo Neto. amigo de Miró e o critico de arte portuguesa, Adriano de Gusmão, assumem um papel importantissimo na passagem  das suas famosas "constelações" de Espanha para Portugal e daqui para Filadélfia a fim   de serem  expostas  em Nova Yorque: ou seja,  uma remessa  composta por uma série de 23 pequenas pinturas sobre papel, iniciada por Joan Miró em 1939 em Varengeville-sur-Mer e concluída em 1941 entre Mallorca e Mont-Roig del Camp  e um conjunto de têmperas, cerâmicas e litografias  extraidas dessas mesmas obras.

."The true story of Joan Miró and his Constellations"  - A citação é descrita num estudo, em inglês,  sobre a Verdadeira   história de Joan Miró e suas Constelações – Onde se diz, entre outros pormenores,  que “Em outubro de 1943, a prestigiada revista cultural de Lisboa, Seara Nova publicou uma   entrevista com Paulo Duarte, identificado como “delegado do Museum de   Arte Moderna em  Nova Iorque ”,  feita por  Adriano de Gusmão.


Duarte é quem entra em contato com Prats (galerista) e Miró, sugerindo  a possibilidade de enviar  as "Constelações" para o MOMA, que  afirma representar. E quem se encarrega de assegurar o trasporte dessas obras por lisboa é justamente o português Adriano de Gusmão,  da Associação Portuguesa de Museologia, autor de "Inquérito Museológico em  Espanha "e outro em 1948 intitulado Artistic Spain. Travel Notes) The true story of Joan Miró and his Constellations | Miguel Orozco ,  que indica que ele fez viagens por Espanha em anos anteriores. Miró fala sobre Gusmão em sua carta a Duarte em 15 de maio 1944" .  The true story of Joan Miró and his Constellations 

(...) Apesar da alta qualidade de sua obra, Miró é bastante desigual. Algumas obras revelam grande espontaneidade, enquanto em outras se percebe extremo cuidado, e esse contraste também aparece em suas esculturas. Às vezes, o artista procurava mostrar a realidade de uma forma simplificada, quase infantil, simbólica, sem a complexidade e o mistério do surrealismo; outras vezes tomava caminho inverso.https://www.sul21.com.br/noticias/2013/04/120-anos-do-catalao-joan-miro-o-mestre-da-simplicidade-e-da-alegria/

POLÉMICA À VOLTA  DAS OBRAS DE MIRÓ - ESPÓLIO DO EXTINTO BPN 

Para aqueles que procuram um esquema de lavagem de dinheiro bom, você pode querer considerar se tornar um colecionador de arte. Certo, a arte parece agradável, mas é também um grande lugar para ricos estacionarem dinheiro. O mercado é relativamente estável e é muito fácil evitar o pagamento de impostos sobre a arte.

BPN tinha 200 obras de Miró em 2006  o6-02-2014 As obras de Miró que o Governo colocou à venda pertenciam a três off-shores da Sociedade Lusa de Negócios (SLN), que dominava o BPN, e que foram adquiridas com crédito do banco a dois investidores espanhóis, De La Cierva, e que terão "ganho milhões em comissões".

Em 2006 o BPN tinha cerca de 200 obras do pintor catalão Joan Miró, parte delas adquiridas por 34 milhões de euros a Cazu Masa Katsuta, um investidor japonês que as havia adquirido, em 1990, em Nova Iorque, à galeria Pierre Matisse (do filho do pintor francês), contou recentemente o actual presidente da Parvalorem, Francisco Nogueira Leitehttps://www.publico.pt/2014/02/06/culturaipsilon/noticia/bpn-tinha-200-obras-de-miro-em-2006-1622561

 Em Fevereiro de 2014: o País é confrontado com uma polémica “cultural”. O Governo de Passos Coelho, sob a batuta do Secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier, acordada com a leiloeira Christie’s a venda de várias obras de Joan Miró que faziam parte do acervo do antigo BPN.

As obras tinham sido expedidas para Londres, mas uma providência cautelar interposta pelo PS e uma decisão posterior da Procuradoria-Geral da República impedia o leilão. As obras regressam a Portugal e a luta entre quem quer vender, sob uma base de licitação de pouco mais de 35 milhões, e aqueles (artistas, partidos da esquerda e outros) que querem que o acervo permaneça no país intensifica-se. Em junho, a Christie's volta a anunciar novo leilão, mas é novamente obrigada a cancelá-lo.
Dois anos depois, o resultado da polémica está em exposição na Fundação Serralves. “Joan Miró: Materialidade e metamorfose”, com setenta e oito pinturas, desenhos, esculturas, colagens e tapeçarias” é uma viagem única pela evolução do artista catalão. Obras que ficaram em Portugal graças a todo o protesto público que foi alimentando discussões naquele ano de 2014. http://visao.sapo.pt/actualidade/portugal/2016-10-10-Os-Miro-que-a-polemica-salvou

Setembro 2016 - GOVERNO DE ANTÓNIO COSTA ANUNCIA A COMPRA DAS OBRAS 

 "Chegou ao fim uma das maiores disputas do mundo das artes internacional., Antônio Costa, anunciou que as 85 obras do artista espanhol Joan Miró que pertenciam ao Banco Português de Negócios e estão sob o poder do estado português desde a nacionalização da instituição, em 2008, permanecerão no país europeu. Mesmo que vendidas, o que somente acontecerá dentro de certas condições, as obras não poderão deixar Portugal. https://glamurama.uol.com.br/depois-de-polemica-85-obras-de-joan-miro-ficam-com-o-governo-portugues/


Joan Miró, morreu há 36 anos mas a sua figura continua como  uma lenda viva, ícone,   no mundo das artes plásticas, podendo dizer-se, que, "quanto mais o tempo passa, mais a sua arte se torna universal, transcendendo fronteiras e géneros. As suas obras vivem para além dos museus, nos muros de prestigiadas instituições, e a sua influência estende-se ao design, à arquitetura, e é visível nos locais mais inesperados.

 O  ARTISTA QUE SE IMPÔS PELO GÉNIO CRIATIVO, DESCRIÇÃO E DISCIPLINA E NÃO PELA EXTRAVAGÂNCIA -

"Miró não era uma glória nacional como Picasso, não tinha-se comportado de maneira escandalosa ou provocadora (como escandaloso e provocativo, os fascistas descobriram, por exemplo, o populismo e a personalidade gay de García Lorca )" -    - Contudo, é referido naquele estudo  que Miró se recusou a expor as suas obras em Madrid e   que teria sido um militante republicano e uma vítima de Franco que se não fosse forçado a exilar-se em Paris 


É também  sublinhado, nos textos da  Fundació Miró Mallorca, que a vida de Miró era regida pela discrição, ordem e total dedicação à criatividade, longe de qualquer tipo de extravagância. Isso contrasta com o forte aspecto imaginário, lúdico ou relacionado à mensagem de seu trabalho. O enorme legado que ele deixou é testemunha de seus trabalhos criativos. Como disse um dos seus biógrafos, Jacques Dupin, ele era um "poeta aplicado".


Por detrás de um grande homem, esteve também uma extremosa e dedicada esposa:  Também   é dito pela funação de Mirõ,  que , Pilar Juncosa Iglesias, esposa e benfeitora de Joan Miró, nasceu em Palma em 1904. exerceu uma influência discreta mas considerável sobre o artista. Nas próprias palavras de Miró: “Minha esposa Pilar é a companheira ideal para mim. Sem ela, eu seria uma órfã perdida neste mundo. Além do meu trabalho, não faço ideia de nada nem de como organizar as coisas. Ela é meu anjo da guarda. 
Portanto, eles eram um casal estável e unido, e isso ajudou a garantir duas vidas cuidadosamente equilibradas.
 https://miromallorca.com/en/foundation/joan-miro-and-pilar-juncosa/

Joan Miró
Entre os anos de 1915 a 1919, Miró trabalhou em Montroig, próximo a Barcelona, e em Maiorca, onde pintou paisagens, retratos e nus. Depois, passou a alternar Paris e Montroig. De 1925 a 1928, influenciado pelo dadaísmo, pelo surrealismo e principalmente por Paul Klee, pintou cenas oníricas e paisagens imaginárias.
No fim da sua vida, Miró simplificou sua pintura, reduzindo-a a pontos, linhas e passando a usar basicamente o branco e o preto.http://miltonribeiro.sul21.com.br/2013/12/12/120-anos-do-catalao-joan-miro-o-mestre-da-simplicidade-e-alegria/



FILHA DE JOAN MIRÓ RODOU FILMES EM PORTUGAL


María Dolors Miró Juncosa (1930-2004) -


Não se sabe se, o famoso artista Joan Mirõ,  terá estado em Portugal, mas, pelos menos, sabe-se que a filha, única e patrona, Maria Dolores Miró Juncosa,  veio aqui a realizar alguns filmes, nos anos 80 - O pintor João Neves, que participou  num desses filmes, como  figurante, recorda que ela gostava de sentar-se junto da câmara, exibindo grandes  charutos havaianos, fazendo gala que  lhe eram enviados expressamente por Fidel Castro  - No entanto, um dado é certo, em sua vida, referem os especialistas, que,  Miró, durante a vida, Miró foi um artista muito prolífero: - realizou mais de duas mil pinturas sobre tela, 200 esculturas, além de desenhos em papel e em outros materiais. Miró morreu em 1983, aos 90 anos, em Palma de Maiorca, na Espanha, ainda em atividade.  - E é sabido que, só uma instituição bancária, o extinto BPN, adquiriu quase um centena de obras de Miró - Obviamente, que não terá sido o único caso, atendendo à fama do artista - ~E   o caso que aqui lhe reporto, mais à frente. 

Em Portugal, desde os tempos áureos do ouro vindo do Brasil, muitos dos nossos museus foram enriquecidos com valiosas obras de arte - e também alvo de saques, nomeadamente nas invasões francesas - A par de excelentes colecionadores privados , e, mesmo quem não fosse colecionador,  cultivava  o gosto por ostentar ou decorar a sua casa, com quadros de bons artistas, fossem portugueses ou estrangeiros  - Isso foi-me declarado por  João Hogan , além de me ter sido confirmado nas muitas entrevistas  que registei  de vários pintores portugueses, nomeadamente a década de 80 - Por exemplo, fui recebido em Casa de Carlos Botelho,  de Dorita Castelo Branco, Mário Cesariny,   sim, quer em sua casa, quer  no atelier  ou nas  exposições, com  entrevistas a varridíssimos pintores e escultores,  bem como pelos mais destacados colecionadores, como   Jorge de Melo e Cupertino de Miranda, entre outros, tendo constatado um especial gosto pelas artes plásticas,  tendência que tem vindo a diluir-se: pelo que, quem não tem fama, já dificilmente a conquista nos dias de hoje. 

Infelizmente, na cultura do descartável, do usar e deitar ao lixo, estilo loja chinesa, da chamada era do vazio, vai-se perdendo o gosto pela leitura e pelas obras de arte, razão pela qual  vai sendo difícil conquistar molaridade: sim, quem conquistou nome, há uns anos atrás, ainda vai vendendo por bom preço; nas leiloeiras os demais, dir-se-á que vão  pintando mais por gosto de que esperando que os seus trabalhos sejam  devidamente  valorizados .  Se bem que, no meio da grande enxurrada de abstracionistas, na chamada arte da preguiça,  em que persiste a tendência do mimetismo, de se imitarem  uns aos outros, com borrões e traços a esmo, não seja também  fácil  encontrarem-se obras que gerem emoções, que possam distinguir-se e afirmar-se  como obras de especial talento ou mesmo novidade artística. 

Quero que a minha obra seja um poema musicado por um pintor” Joan Miró foi amigo e admirador de Varèse, Cage ou Stockhausen, mas a influência crucial da música na sua obra nunca fora sublinhada. Miró & Music, que o neto do pintor apresentou em Serralves, preenche essa lacuna. Durante vinte anos, Joan Punyet Miró, neto do pintor catalão e administrador das fundações Miró em Barcelona, Palma de Maiorca e Mont-Roig, investigou as relações do seu avô com a música, catalogando e estudando a sua colecção de discos, percorrendo a sua correspondência, entrevistando compositores, maestros, coreógrafos e instrumentistas que trabalharam com o pintor. O resultado é o livro Miró & Music, que apresentou em Serralves, em https://www.publico.pt/2017/11/25/culturaipsilon/noticia/quero-que-a-minha-obra-seja-um-poema-musicado-por-um-pintor-1793858

 27 DEZ 2004 Maria Dolors Miró Juncosa, patrona e única filha do pintor Joan Miró, morreu, em 26 de Dezembro, 2004, às dez horas da Policlínica de Palma de Mallorca, aos 74 anos por causa de um ataque cardíaco seis dias de ser cirurgicamente operada a  um quadril, segundo seu filho Joan Punyet Miró. "Foi um golpe muito brutal, nunca previmos essa possibilidade, foi muito fraco, não quero mais falar", acrescentou Joan.

Vinte anos e um dia após a morte do grande Joan Miró, aos 92 anos, apenas mais um dia de inverno afiada, a figura do herdeiro para o artista adquiriu -fatalmente- um papel que ela sempre desprezou na vida. Menos de um mês atrás, ele entrou segurando uma rara entrevista , que, em seguida, adiado por causa de uma viagem e preparações cirúrgicas itens para recuperar o Estado ea Generalitat da Catalunha protecção da família em casa e ambiente de Montroig Tarragona -a local de La Masia, obra-prima de primeira parecia que Hemingway comprado em Paris.

(…) Dolors Miró foi discreta, pequeno e elegante, uma bela réplica do rosto feminino e do corpo de seu pai, que se reflete tanto as grandes retratos de fotógrafos. Ele nasceu em Barcelona em julho de 1930, nove meses após o casamento de seu pai, que se casou aos 36 anos com o maiorquino Dolors Juncosa, que morreu aos 91 anos em Janeiro de 1995.
.(..) Dolors Miró Juncosa foi um grande viajante, amante da arte e da moda, e um narrador precisa da vida e as aventuras de seu plástico pai. Era a sua memória. Em 1937, ele passou a infância em Paris depois de deixar a guerra em Espanha; com a chegada dos nazistas, o Miró migraram para o mundo rural francês, onde o grande Miró quebrou Constelações, períodos de calma, tragédia e euforia.
Em meados dos anos 50, o clã se estabeleceu em Maiorca, uma terra familiar. Dolors teve que enfrentar a morte por perder seu primeiro marido e ver outro dia frio em janeiro de 1991 morrer para seu primogênito, David Fernández Miró, poeta, tradutor, editor de música, que deixou a escassa 35 anos. A feliz foto da mãe e filho do dia do casamento de David, com o olhar travesso de avós no fundo, estará no álbum da história interior na saga Miró.https://elpais.com/diario/2004/12/27/agenda/1104102007_850215.html


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