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sexta-feira, 1 de maio de 2020

1º DE MAIO 2020 - COM JOSÉ SARAMAGO – Cravos na lapela do Prémio Nobel da Literatura - “Venham enfim as altas alegrias, As ardentes auroras, as noites calmas” - Além do distinto laureado escritor, foi também o poeta, o argumentista, com vários livros para o cinema e o militante pela liberdade de Abril e de Maio – Singelo tributo a ele e a todos os escritores, poetas, militares e politicos, que se bateram pelo derrube da ditadura


JORGE TRABULO MARQUES  - Jornalista


Tive o prazer de o entrevistar por duas vezes, de que guardo ainda um breve registo, este sobre um inquérito que eu estava a realizar para a Rádio Comercial-RDP, sobre as férias inesquecíveis, com várias personalidades e anónimos - Que recordo neste video.



José Saramago, há 32 anos: “Não há vida para além da morte!... Férias, felizes?! “Só da infância!”

Fala-se do escritor José Saramago e   menos do poeta – E, José Saramago, também escreveu muitos versos. Aproveitamos, por isso,  este dia para  recordamos alguns dos seus belos poemas – As imagens foram registadas no dia em  que foi recebido pela Câmara Municipal de Lisboa, com a presença de várias personalidades da literatura, das artes e da politica.

"Venham enfim as altas alegrias,
As ardentes auroras, as noites calmas,
Venha a paz desejada, as harmonias,
E o resgate do fruto, e a flor das almas.
Que venham, meu amor, porque estes dias
São de morte cansada,
De raiva e agonias
E nada.


Química

Sublimemos, amor. Assim as flores
No jardim não morreram se o perfume
No cristal da essência se defende.
Passemos nós as provas, os ardores:
Não caldeiam instintos sem o lume
Nem o secreto aroma que rescende.

Eu luminoso não sou. Nem sei que haja
Um poço mais remoto, e habitado
De cegas criaturas, de histórias e assombros.
Se, no fundo poço, que é o mundo
Secreto e intratável das águas interiores,
Uma roda de céu ondulando se alarga,
Digamos que é o mar: como o rápido canto
Ou apenas o eco, desenha no vazio irrespirável
O movimento de asas. O musgo é um silêncio,
E as cobras-d´água dobram rugas no céu,
Enquanto, devagar, as aves se recolhem.

 De seu nome completo, José de Sousa Saramago, nasceu em Azinhaga, Golegã, a 16 de novembro de 1922 Faleceu,  a 18 de junho de 2010,  aos 87 anos de idade, na sua casa em Lanzarote onde residia com a mulher Pilar Del Rio, vítima de leucemia crónica. O escritor estava doente havia algum tempo e o seu estado de saúde agravou-se na sua última semana de vida. O seu funeral teve honras de Estado, tendo o seu corpo sido cremado no Cemitério do Alto de São João, emLisboa,   As cinzas do escritor foram depositadas aos pés de uma oliveira, em  Lisboa  em 18 de junho de 2011.[1 https://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_Saramago


Galardoado com o Nobel de Literatura de 1998 - O primeiro e único escritor da língua portuguesa, a receber esse galardão. . Mas, antes dessa alta  distinção mundial, também lhe foi  atribuído, em  1995, o Prémio Camões,o mais importante prémio literário da língua portuguesa. Tendo, por esse facto,  sido  considerado o responsável pelo efetivo reconhecimento internacional da prosa em língua portuguesa. 

O seu livro Ensaio sobre a Cegueira foi adaptado para o cinema e lançado em 2008, produzido no Japão, Brasil, Uruguai e Canadá, dirigido por Fernando Meirelles (realizador de O Fiel Jardineiro (filme) e Cidade de Deus). Em 2010 o realizador português António Ferreira adapta um conto retirado do livro Objecto Quase, conto esse que viria dar nome ao filme Embargo, uma produção portuguesa em co-produção com o Brasil e Espanha. Também foi adaptado para o cinema o livro O Homem Duplicado, no filme de 2014 dirigido por Denis Villeneuve e estrelado por Jake Gyllenhaal. O Memorial do Convento foi adaptado num ópera de Azio Corghi, Blimunda, criada na Scala de Milão em 1990



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