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domingo, 24 de maio de 2020

Eduardo Lourenço – Faz 97 anos o grande pensador português - “O que eu faria sem escrever,” Declarou-me há 4 anos, na feira do Livro de Lisboa, ao perguntar-lhe se ainda continuava a escrever

Jorge Trabulo Marques - Jornalista  - 



 Eduardo Lourenço , um dos  mais distintos ensaístas  portugueses e  pensadores do século XX. – Na entrevista que me concedeu, falou-me de Vergilio Ferreira e da sua imensa saudade do seu grande amigo: tínhamos encontros e repensávamos o mundo”   Ainda não somos um grande mundo unido como devíamos ser " - Entre outras das suas afirmações, designadamente do afastamento da Inglaterra da União Europeia, que então começava a desenhar-se .



Sem dúvida, um dos mais relevantes nomes da sociedade contemporânea – Natural de uma pequena aldeia da Beira Interior e tornou-se senhor do mundo, marcando o pensamento ao longo de mais de 50 anos, sobretudo no pós-25 de abril. - Nasceu a 23 de Maio de 1923, em S. Pedro de Rio Seco, concelho de Almeida, distrito da Guarda. É o filho mais velho (de sete) de Abílio de Faria, oficial do Exército, e de Maria de Jesus Lourenço. Frequenta a Escola Primária na sua terra natal. Depois ingressa no Liceu da Guarda e termina os seus estudos secundários no Colégio Militar em Lisboa. Frequenta o Curso de Histórico-Filosóficas na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra onde conclui a Licenciatura no dia 23 de Julho de 1946, com uma Dissertação com o título O Sentido da Dialéctica no Idealismo Absoluto. Primeira parte.

Começou a distinguir-se em Coimbra, aquando da sua licenciatura em Ciências Histórico-Filosóficas, concluída em 1946. Na cidade do conhecimento, encontra um ambiente aberto a reflexão.
Prossegue a sua formação académica com um estágio na Universidade de Bordéus, em 1949, e torna-se embaixador da cultura portuguesa nas universidades de Hamburgo e Heidelberg (entre 1953 e 1955) e na Universidade de Montpellier (de 1956 a 1958).
É docente durante um ano na Universidade Federal da Bahia, como professor convidado de Filosofia, e passa a viver em França, em 1960.
Fixou residência em Vence, cinco anos mais tarde, e foi reitor na Universidade de Grenoble, de 1960 a 1965. Tornou-se professor jubilado em Nice, em 1988, um ano antes se tornar conselheiro cultural junto da Embaixada Portuguesa em Roma, até 1991. Em 1999, passa a ocupar o cargo de administrador não executivo da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.

Influenciado por nomes como Husserl, Kierkegaard, Nietzsche, Heidegger, Sartre, Dostoievski, Franz Kafka ou Albert Camus, Eduardo Lourenço desenvolveu pensamentos sobre o existencialismo, sem nunca se deixar levar por correntes teóricas e ideologias.
Ao longo da sua vida, que perdura, Eduardo Lourenço publicou livros, ensaios e pensamentos. Crítico e ensaísta literário, virado predominantemente para a poesia, colecionou prémios, dos quais se destacam o bem recente Prémio Pessoa (em 2011), a Ordem de Santiago da Espada (1981) o Prémio Europeu de Ensaio Charles Veillon, Prémio Camões (1996), Cavaleiro da Legião de Honra de França (2002), Prémio Vergílio Ferreira (2001), Medalha de Mérito Cultural do Ministério da Cultura (2008), além de diversos doutoramentos honoris causa.

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