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quinta-feira, 4 de janeiro de 2024

Rei Amador – S. Tomé e Príncipe, homenageia a 4 de janeiro, o seu Herói Nacional – Mas, foi a 4 de Agosto que o mítico escravo liderou a primeira revolta contra o domínio colonial e que se proclamou Rei, o dia em que é preso e enforcado, visto a data do seu nascimento ser desconhecida, depois de ter conduzido, a 9 de Julho, a grande rebelião dos escravos, segundo a copia do documento, que pesquisamos,

Jorge Trabulo Marques - Jornalista e investigador


         ANGOLARES E O REI AMADOR – DOIS TEMAS INDISSOCIÁVEIS, QUE TEM DESPERTADO A MAIOR CURIOSIDADE EM S. TOMÉ E PRÍNCIPE

De facto, trata-se de um tema, dos mais apaixonantes nas Ilhas Verdes do Equador, que tem dividido estudiosos, sobre o qual são conhecidas várias análises e interpretações, mas sobretudo da origem dos Angolares, considerado um dos mais notáveis e antigos heróis da resistência ao colonialismo, que tem o seu busto erguido junto à entrada do Arquivo Histórico de S. Tomé e Príncipe, cuja imagem é cunhada  no dinheiro santomenses, em papel e em moeda, sendo-lhe  dedicado o dia 4 de Janeiro, como feriado Nacional A que nos referimos, ainda mais pormenorizadamente. em https://canoasdomar.blogspot.com/2021/01/rei-amador-s-tome-e-principe-homenageia.html  e, anteriormente, em https://canoasdomar.blogspot.com/2018/01/a-origem-dos-angolares-da-ilha-de-sao.html

Um  dia especial para  se recordar a bravura e a  coragem de quem se bateu pela libertação  do seu povo do jugo escravo mas  poderia  também ser a oportunidade para se refletir nos erros, de que enferma grande parte da  governação da África independente,  nos salários miseráveis e na exploração de mão-de-obra infantil - Segundo um relatório  da ONU,  ONU, a escravatura persiste em África como um flagelo dos tempos modernos - Estima-se que mais de 40 milhões de pessoas estejam submetidas a trabalhos ou casamentos forçados e outras formas de exploração 

Diz a STP-Press 4 que, o  governo através da ministra da Educação,  Cultura e Ciências, Isabel de Abreu  apelou hoje  aos estudiosos, investigadores e professores universitários a produzirem mais obras de investigação sobre a história do Rei Amador, a figura emblemática da historia de São Tomé e Príncipe.

Mas quais a dúvidas que ainda persistem  ou do que será preciso desfazer? ..... Sabendo-se que  apenas existe um único documento que fala da  revolta de Amador,  existente nos arquivos do Vaticano, cuja cópia e tradução, a que tivemos acesso,  se encontra na BN e na Torre do Tombo, em Lisboa e é bem explicita,   


Sim, tem razão, o antropólogo, historiador e sociólogo alemão, Herhard Seibert, ao  discordar que o rei Amador, líder da grande revolta dos escravos, em 1595, tenha morrido no dia 4 de Janeiro  - Afinal, a tradução do documento é bem explicita, como atrás é referido . Ou seja, foi enforcado e escortejado em   em 4 de agosto de 1595,

Fala-se do documento existente no Vaticano e de  cópias na BN e noutros arquivos mas, pelos vistos, parece que à tradução do documento original,  terão escapado pormenores importantes: a data da sua morte: é em 4 de agosto de 1595, os mesmos cinco negros principais aliviados, pegaram o falso rei Amadore levado e amarrado à cidade de S. Tomé, que, colocado em couro de bode, foi arrastado por um rabo de cavalo  para lhe  cortarem as mãos, enforcado, esquartejado,  e o mandaram colocar  em locais públicos. - Tradução  do  antigo italiano para o Português - É provável que possam existir algumas imprecisões  mas estes são os excertos  que nos foi possível traduzir e com a perda de muitas horas.



Segundo documento, existente no Vaticano, do qual pudemos extrair a sua cópia, em aturadas pesquisas que fizemos na BN e na Torre do Tombo, é dito que, o Rei Amador foi barbaramente assassinado,  em 4 de agosto de 1595, "os mesmos cinco negros principais aliviados, pegaram o falso rei Amadore levado e amarrado à cidade de S. Tomé, que, colocado em couro de bode, foi arrastado por um rabo de cavalo  para lhe  cortarem as mãos, enforcado, esquartejado,  e o mandei colocar  em locais públicos.

"REVOLTA DOS PRETOS EM S. TOMÉ (1595) -  Amador, preto revoltado, é preso e enforcado - Excomunhão  negro lançada pelo Bispo ao Governador da Ilha.



Tradução 
Domingo, 9 de julho de 1595, estando 
 ali  o povo da igreja, um negro levanta-se com outros cinco ou seis aliados na ilha de S. Tomé e cada um deles conduziu com eles todos os escravos dos bens de seus senhores que podiam e mataram todos os homens brancos e mulatos (filhos de brancos e negros) que noutros lugares  daquela terra, tanto nas casas como no campo, e então com uma grande multidão eles invadiram a Igreja da Paróquia de S.Tomé  •
- E também mataram da mesma maneira o branco quando o tomaram, não enquanto a missa foi dita e o padre era morto se ele não tivesse escapado: beberam no cálice em que era celebrada e queimaram a Igreja. Depois disso, eles foram matar um sacerdote que era o mestre dos principais solleuários e juntos mataram um fazendeiro que cuidava de sua propriedade, que, depois de saqueada, a queimou com ingenuidade como brucaro. No mesmo dia eles queimaram até o décimo quinto lugar e, enquanto se afastavam, levaram todos os filhos e filhas que encontraram neles, submetendo-os à obediência! O  primeiro negro que se levantou, chamado pelo nome Amadore, - Pormenores mais à frente 

AMADOR - HERÓI E  FIGURA INCONTORNÁVEL DO PASSADO HISTÓRICO DAS ILHAS VERDES DO EQUADOR  - A origem ancestral dos réis e imperadores não é exclusivamente europeia - Nem foi tão pouco no chamado velho continente que começou, quando o Egipto já tinha imperadores - Sim, num tempo em que a Europa ainda vivbia praticamente mergulhada na penumbra  e nas trevas da ERA DA PEDRA

"REVOLTA DOS PRETOS EM S. TOMÉ  (1595)

SUMÁRIO - Amador, preto revoltado, é preso e enforcado - Excomunhão lançada pelo Bispo ao Governador da Ilha.
No anno de I595 um preto da Ilha de S. Thomé, chamado Amador, se levantou com os homens da sua cor, e se proclamou Rei da mesma Ilha, commettendo os excessos que eraõ de esperar d'uma besta feroz; fazendo se lhe uma guerra de extermínio, veio a ser prezo, e enforcado em I 595 (1), com alguns dos seus complices.

Deu occaziaõ a este attentado a desordem e confuzao em que estavaõ os povos da Ilha, por cauza da excomunhão fulminada pelo Bispo Dr. Fr. Francisco de Villanova, contra o Governador D. Fernando de Menezes, em 1594

RELATÓRIO DOS FACTOS OCORRIDOS EM S. TOMÉ, EM 1595 - Tradução da cópia do documento existente nos arquivos do Vaticano - Sujeita a algumas imperfeições, pese o esforço  para a colocar em texto neste site. - Hoje o seu busto e uma estátua, concebidos pelo escultot Zémé, está presente no coração da cidade S. Tomé, capital do arquipélago, perpetuam a sua memória 
SUMÁRIO-Capitaneados por Amador, que se fizera eleger Rei, dos pretos, amotinados, queimaram a cidade de S. Tomé, abrasaram as igrejas, profanaram os vasos sagrados, mataram um Padre, destruíram os engenhos de açúcar-Presos finalmente os responsáveis, foram duramente justiçados. 

(...) Um pouco mais tarde, mais de 4.000 escravos, que seguirão o falso rei, obedeceram a Sua Majestade; Esperando que esse excesso lhes seja perdoado, devido ao Bando enviado pelos Capitães da Ilha, que, em termos do décimo quinto dia, pediram a todos os rebeldes que voltaram, e, como muitos estão desaparecidos,  estendo o referido prazo por mais três dias, período em que quase todos se envolveram, porque a força ainda permanece no campo, considerando o grande dano que causaram, que, por calcular, queimaram sessenta posses com seus talentos de abobrinha e com o tempo  que ele já havia sido encurralado

Quem era o escravo de um homem gentio chamado Don Fernando, e, nessa mente, criou o referido Negro para Rei, jurando obedecê-lo até a morte: e ele, com sua indústria, reuniu mais de duas mil pessoas para lutar por muitas outras pessoas, quem está sob sua obediência e, como são prejudicados pelas posses e gênios dos zuccari, para fazê-lo obediência, ele ordena que eles queimem sua mente. Onde em  três dias queimaram mais de 30 com outras propriedades.

Na sexta-feira seguinte, em 14 de julho de 1595, os negros e seguidores começaram com a bandeira levantada para combater o Ciccà três ou quatro partes com o espírito de queimá-lo, e eram mais de oito mil, mas os terraços lhe responderam com grande coragem, matando mais deles do que 300, sem nutrir nossos mais de três ou quatro. Depois disso, os negros se viraram pesadamente e Cirrà os avisou com muitos espiões nas ruas; (. . )e, ao  os negros queimaram todos os bens que encontraram. .

No dia 28 do referido dia (1), devolta o rei a coberto  da noite. liderando mais de duas mil e quinhentas pessoas com ele a  combater, entre arquebusiers  et sagitarij. Com medo da arte, finalmente na manhã  seguinte iniciou a escaramuça em cinco ou seis partes com muito ímpeto e durou até meio dia, e mais de quinhentos negros morreram nela e no mesmo dia mais de cem foram enforcados, e na escaramuça morreu um capitão, chefe deles, que era dos apaziguadores do  do povo negro, e essa hora começou a lutar contra a cidade pela parte de Santo António, e com tudo o que os seguimos, o rei falso até uma possessão onde ele tem sua força principal

Com tudo isso nosso Senhor foi seguido, até que em 4 de agosto de 1595, os mesmos cinco negros principais aliviados, pegaram o falso rei Amadore levado e amarrado à cidade de S. Tomé, que, colocado em couro de bode, foi arrastado por um rabo de cavalo  para lhe  cortarem as mãos, enforcado, esquartejado,  e o mandaram colocar  em locais públicos.

Dos outros cinco, dois foram aplaudidos, um cortou as mãos, um cortou as mãos, outro foi enforcado e esquartejado por hauer arnazzato que! Ele parecia ser seu mestre acima, e os outros dois permaneceram presos, para pagar suas dívidas


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