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– Sim, embora, de algum modo, o hábito já se tenha perdido, já não seja, como dantes, em que conhecidos e desconhecidos se saudavam, ao cruzarem-se, ainda é frequente o esboçar de um sorriso, ou até o da trivial saudação, conforme a hora do dia. E, então, se o encontro for entre rostos que se conhecem, maior ainda é a exuberância, a efusão de sentimentos, no abraço ou no aperto de mão. E é, sobretudo, de alguns destes encontros, destas sempre amáveis surpresas, a que venho reportar-me
Manuel da Conceição Lopes Tomé -
Juiz conselheiro Jubilado
Naturalmente, que, a oportunidade do encontro casual, além de ter servido para um abraço amigo, foi ainda pretexto para uns breves momentos de amistoso diálogo, ao qual, pouco depois, se juntaria um dos seus filhos, que entretanto ainda não havia saído do carro em que ambos se transportavam
Américo do Espírito Santo
Filho do Américo, do examinador de minha carta de condução, sobrinho do Eurico e do Eugénio e da poetiza Alda. Neves da Graça Espírito Santo - Nomes de uma das famílias, mais notáveis e muito queridas em S. Tomé e Príncipe,
Américo Espírito Santo, neto do Engº
Agrónomo, Salustino da Graça do Espírito Santo, uma das figuras
incontornáveis ao falar-se das barbaridades infligidas, a milhares de santomenses, nos massacres do Batepá,
em Fevereiro de 1953, pelo então Governador Carlos Gorgulho –
Interessante momento, para um abraço amigo e
recordar antigas memórias
Joaquim Rafael Branco –
ou, simplesmente, Rafael Branco – Primeiro-ministro, de 2008 a 2010
Foi um dos meus colegas de rádio, no extinto Emissor Regional de S, Tomé e Príncipe, da EN .
Eu era operador de rádio, ele locutor e realizador com o Pedro Rocha – Ambos responsáveis do programa Poliedro: de âmbito cultural, informativo e recreativo.
Foi, pois, com entusiástico prazer que, tantos anos depois, ao receber-me, no gabinete do seu escritório, pude reencontrar-me, com um velho amigo e companheiro das mesmas lides.
Embora, naquela altura, já lhe reconhecesse grandes dotes de comunicabilidade, excelente formação académica, a par de muita garra e imaginação, longe, pois, de imaginar que, aquele rapaz, magro e franzino, haveria de guindar-se a tão alto cargo governativo do seu pais – E, diga-se, com muito mérito, já que, muitas as grandes obras do seu país, haveriam de ser executadas, durante a sua curta mas profícua governação. Mas não só na politica, se tem destacado, como também na atividade empresarial, onde tem sido um empresário, bem sucedido.
NO CAFÉ DO CHICO – COM O
JOSÉ CASTRO MOURA – ASSESSOR DO PR
Uma comunidade, perfeitamente integrada na vida económica e cultural santomense, respeitada e respeitadora, que não tem nada a ver com alguns aspetos do tempo colonial. Mas, também, um espaço frequentado por pessoas da terra e turistas, tal era, naquele momento, o caso do . Nitócris Silva , de ferias na sua terra mas a trabalhar e a residir em Portugal, em gestão bancaria.
Porém, o que imprime a nota, mais singular e atrativa, ao Café do Chico, o que particularmente o distingue, além de cafetaria e bar, assim como de um ótimo espaço de restaurante, é, sem dúvida, o ambiente de convívio; quer para quem se sente ao balcão, quer junto a algumas mesas do bar e do restaurante – Tudo, graças à simpatia do Chico, à forma – ao mesmo tempo desprendida, cordial e bonacheirona - como sabe conviver e relaciona-se com o clientes.
BAR-CAFÉ DA RESIDENCIAL
AVENIDA
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– Nas imagens ao lado, as fotos de Deodato Capela (historiador) e do Manuel Trindade Costa, um dos mais experientes mecânicos de avião destas ilhas, sempre igual a si mesmo, com a mesma expressão e afabilidade, que lhe conhecíamos
O pai era o mecânico Sr. Marques, sorriso aberto e expansivo, que andava sempre vestido de ganga azul (uma espécie de fato-macaco), responsável pela conservação as instalações tecnológicas do cacau e do café da Companhia Agrícola Ultramarina.

O administrador daquela empresa colonial, o “Sr.Pereira” do Uba-Budo, mandou-me de castigo a contar cacaueiros velhos, em áreas abandonadas e infestadas de cobra preta, naquela roça e na do Novo Brasil, e foi nesse tempo, que o João me conheceu pela primeira vez – Dele, já não me lembrava, porém, a figura de seu pai, essa, jamais a esqueço: tal como a do Sr. Agostinho, o Feitor-Geral do Uba-Budo - Dois rostos, dos quais guardo as melhores recordações. Já o mesmo não direi da figura arrogante e autoritária do “Sr. Pereira”, o patrão que habitava a casa grande, onde se situava a sede da administração. Que, pelo facto, de não aceitar tratar os serviçais, por tu e ao velho estilo colonial, me envia para o sul da ilha, como que a cumprir uma espécie de degredo forçado.
Acompanhava-me um trabalhador cabo-verdiano, nessa escrava tarefa: e, para que não houvesse repetições (pois o patrão exigia que o cacaueiro velho e abandonado, mesmo já podre e encoberto de capim e matagal, tinha de ser registado), eu contava-os, ele marcava-os com cal. Obviamente, que, numa das zonas mais quentes e pluviosas da ilha, e então em áreas, já praticamente, de capoeira, era inevitável a presença da cobra preta -
Era, pois, com que deparávamos, todos os dias: Eu, de galochas, ainda me podia defender, porém, , com ele - descalço e esfarrapado - o risco era maior. E foi o que lhe sucedeu: - um dia, uma cobra preta, picou-o e morreu no mesmo sítio – Naquele dia, de nada lhe valera o machim para a sacudir – Depois de a pisar, pouco depois, jazia no chão, da forma mais horrível e agonizante.
Tal foi o meu choque, que, no dia
seguinte, decidi abandonar aquela propriedade. Onde só voltaria, anos mais tarde,
agora para iniciar a escalda do Pico Cão Grande, um difícil desafio, que
me levaria quatro anos a concluir, e que começara por ser
mais um gesto de revolta à humilhação sofrida de que por razões de ordem
desportiva. Não vou dar aqui mais detalhes sobre esta aventura, uma vez já me ter referido, detalhadamente, noutro post deste bogue https://canoasdomar.blogspot.com/2012/02/cao-grande-em-sao-tome-grande-escalada.html
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