Por Jorge Trabulo Marques - Jornalista - Texto e Imagens - Além de alguns vídeos no Youtube - Que contaram com a colaboração do jornalista Adilson Castro - Do Jornal Transparência -
O terreiro da Empresa Estatal Agostinho Neto, antiga Roça Rio do Ouro, viveu um dia diferente da sua rotina habitual, com a comunidade, que ali reside e trabalha, maioritariamente constituída por famílias de origem caboverdiana sim, desde os mais miúdos ou mais crescidos, crianças, mulheres e homens, cada qual extravasando, a seu modo ou em grupos, as suas danças, jogos e cantares – Este era o primeiro evento no quadro das comemorações dos festejos do 40º Aniversário da Independência Nacional de São Tomé e Príncipe, uma data, com especial significado para todos que aqui nasceram ou fizeram desta também a sua terra
Por isso, todos os caminhos que ali convergiam, desde o cruzamento da Estrada com Guadalupe, eram ladeados por lamparinas, encrostadas em socas de bananeiras, que iam bruxulear de luz, depois do pôr do sol, que não tardaria a pôr-se pelas 17.42 – iluminadas de forma simples, ao jeito tradicional mas simbólica e feericamente, coincidindo com o ambiente festivo do acontecimento.
ACREDITAR – COM A COESÃO NACIONAL CONSTRUÍMOS O PAÍS
De facto, o espaço e as condições, não podiam ser mais adequadas para acolher tantas personalidades – as mais representativas do país. Não esteve o Primeiro-ministro, Patrice Trovoada, em deslocação oficial na Estónia a procura da Governação, assim como o Presidente da República. Manuel Pinto da Costa, cuja presença esteve prevista, até quase o início da cerimónia, mas que acabaria por não poder deslocar-se. Contudo, quer o Governo, quer a Presidência, dispunham ali de representações ao mais alto nível.
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(…) “Desde a independência tivemos o apoio da Comunidade
Internacional para resolver os problemas que eram inibidores do
desenvolvimento” (…) Sabemos, por exemplo, que ao nível da educação,
da formação e do combate ao analfabetismo, foram gastos recursos específicos.
Mas, toda a gente que andou na investigação sabe ver isto?
(…)Formamos quadros mas qual é o contributo destes quadros para o nosso desenvolvimento? Formamos quadros e não formamos intelectuais! E não formamos humanistas! E este problema é um problema que tem que se revolver rapidamente: há muita gente com formatura superior, com mestrado, doutoramento, pós doutoramento mas não se sente ainda o contributo dessa mata critica.”
“Amílcar Cabral dizia assim: (…) “O mais maravilhoso que há no mundo são as
crianças. Às crianças devemos dar o melhor que temos, Devemos educá-las para se
levantarem de espírito aberto para entenderem as coisas,
para serem boas, Boas para evitarem toda a espécie de maldade.
Portanto, nunca lhe devemos fazer o mal.”
Referindo-se ao desempenho trabalho,
frisou que é “cada vez maior o número de pessoas que vive de expedientes,
que não trabalham, que acham que o trabalho não rende” - De algum modo,
compreende-se, o fenómeno, numa terra onde o clima não é muito propenso aos
esforço e, onde, mercê da sua fertilidade, da generosa oferta dos frutos da
terra, ao longo do ano, estão ao alcance da mão.
ANTIGA ROÇA - ONDE NÃO FALTA MATÉRIA PARA APROFUNDADA REFLEXÃO
Realmente, em questões de natureza
laboral, parece-me que, a abordagem deste tema, não podia ter tido outro
local mais apropriado, que, o da empresa estatal Agostinho Neto,
extinta roça Rio do Ouro, dados os múltiplos exemplos, que ali é possível
estabelecer: desde o tempo em que ali o trabalhador era tratado como
escravo (ao nível mais baixo, incluindo, mesmo, o não menos
escravizado empregado de mato, pessoalmente, também, ali fui um deles)sim, e,
mediante esse trabalho escravo, a roça lá ia florescendo para os
bolsos apetitosos dos patrões de Lisboa -- E agora? O que resta? - face ao abandono do seu hospital,
de extensas áreas das suas plantações, da destruição das
principais instalações tecnológicas?... De facto, cometeram-se alguns erros e
por culpa de quem?
O QUE DISSERAM OS NOSSOS COLEGAS DO JORNAL TRANSPARÊNCIA, COM
QUEM FIZEMOS EQUIPA NA DESLOCAÇÃO A ESTE EVENTO
Empresa Agostinho Neto
acolhe Conferência sobre
40ºAniversário da
Independência Nacional de
STP
(…)
“O
evento que foi preferido pela conferencista a Dr.ª Fernanda Pontífice com
actuação da banda das Forças Armadas de STP, contou com a presença das diversas
identidades e membros do actual elenco governamental, nomeadamente, Ministro
dos Negócios Estrangeiro e Comunidade, Salvador dos Ramos, Presidente do
Tribunal de Contas e do Supremo Tribunal de Justiça, José António Monte Cristo
e José Bandeira respectivamente, Ministro de Defesa e do Mar, Carlos Stock,
Chefe do Gabinete da Presidência da República, Victor Monteiro, Presidente do
Governo Regional da Ilha do Príncipe, José Cardoso Cassandra, Ministro da
Educação e Ciência Olinto Daio, a Deputada e Vice-Presidente da Assembleia
Nacional, Maria das Neves, alguns representantes dos corpos diplomáticos
acreditados no país, entre outras individualidades que marcaram presença neste
grandioso evento.
Na sua longa
explanação, Fernanda Pontífice, destacou alguns aspectos que marcou durante
estes 40 anos da independência do país, principalmente de tudo quanto constitui
os problemas para o desenvolvimento do país, como por exemplo, as divergências
políticas e falta da coesão nacional e entendimento, o que tem posto em causa o
desenvolvimento do país a vários níveis, muitas das vezes por falta de
interesse dos actores políticos, e mudanças de sucessivos governos que o país
conheceu durante este período de tempo.
Tela Nón - «"Uma grande frustração pelo facto de muitos sonhos não concretizados, esperanças frustradas. Há um sentimento de frustração quando nós nos confrontamos com o estado de miséria e pobreza, não só a pobreza monetária, mas sim a pobreza espiritual que grassa por uma boa parte da nossa população», declarou Fernanda Pontífice, que também participou nos movimentos juvenis que em 1974, contribuíram para a independência nacional....Excerto “Falta Coesão Nacional” para STP dignificar 12 de Julho de 2015
MLSTP-PSD diz que diálogo nacional em São Tomé
e Príncipe falhou (In SAPO)
A deputada Maria das Neves, presidente das
Mulheres Sociais Democratas (MSD), organização feminina do principal partido
são-tomense da oposição, disse hoje à Lusa que as negociações políticas para um
consenso nacional "falharam".
Analisando o país 40 anos depois da independência, a líder das
mulheres do Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe - Partido Social
Democrata (MLSTP-PSD), que falava à margem da conferência promovida pela
Presidência da República, considera que "o país precisa descolar"
para atingir o desenvolvimento.- Excerto de São Tomé e Príncipe Independência
Nacional comemorada na Casa Internacional de STP em Lisboa
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