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quinta-feira, 9 de julho de 2015

S. Tomé e Príncipe – 40ª aniversário da Independência – A praça da chama da Pátra engalanada para comemorar a principal data histórica - Houve progresso mas o resultado poderia ser melhor - Nacionalização das Roças “não é o que eu esperava” Diz José Freet Lau Chong – Então Ministro da Informação, Justiça e Trabalho - Laureano Costa: o oftalmologista, há tantos anos como tem o seu país independente

Dos Jornalistas Jorge Trabulo Marques, Adilson Castro e Aquiles Pequeno.








Domingo, 12 de Julho de 1975 – O então primeiro presidente da Assembleia Nacional Nuno Xavier, cumpridas que foram as formalidades protocolares,  proclamava a  criação do Estado da República Democrática de São Tomé e Príncipe, ao mesmo tempo que, perante a alegria geral, da multidão que assistia à cerimónia,  subia no mastro, erguido junto à Tribuna de Honra,  a bandeira Nacional de S, Tomé e Príncipe e descia a bandeira do país colonizador. – Este o primeiro dia de um  marco histórico na vida de um país, que acabava de entrar para o concerto  das nações livres e independentes  - Pois é justamente essa gloriosa data, que o Povo de S. Tomé e Príncipe, vai festejar no próximo domingo, cujos ensaios já satisfizeram a curiosidade popular com a parada e desfile dos militares da Guiné Equatorial, Gabão e S. Tomé e Principe.

Na praça da Independência, já se encontra instalada  a tribuna de honra, onde o Presidente da República de STP, Manuel Pinto da Costa, vai fazer o seu discurso à Nação, ladeado pelas entidades governativas e convidados especiais,  - Nomeadamente
o Chefe de Estado Cabo-verdiano, Jorge Carlos Fonseca que aproveitará para efectuar a sua primeira visita de Estado a São Tomé e Príncipe, com vários encontros junto da comunidade daquele arquipélago,  Da Guiné Equatorial, afinal, parece  não se confirmar a presença do  Presidente Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, mas por outra figura proeminente daquele país. De Portugal, está prevista a presença do Ministro dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete. 




Pelos jornalistas: Jorge Trabulo Marques e Adilson Castro - 40 anos depois da independência - José Freet Lau Chong – “O Resultado poderia ser melhor”  - O então Ministro da Informação, Justiça e Trabalho, e comissário Político, confessa-se um pouco desiludido, com algum individualismo e egoísmo, dos novos tempos; diz que “as pessoas já não se interessam pelo bem-estar do próximo. Quanto ao passado,  reconhece que se cometeram alguns erros, nomeadamente no plano do desenvolvimento económico, e aponta as razões: porque “não tínhamos experiência, dentro da governação, não tínhamos quadros competentes; - por exemplo no domínio da agricultura.  Apesar tudo, houve progressos: primeiro, porque ficámos livres, porque podemos falar e resolver os nossos problemas. E, segundo, porque, no plano da educação e formação de quadros, também se fez muita coisa.




José Freet - Em Novembro de 2014 - Junto à sua casa para lhe oferecer a cópia da mensagem que me salvou de ser enforcado na famigerada cadeia Black Beach 





"MENSAGEM DO POVO DA REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE, PARA O POVO BRASILEIRO" - Que não chegou ao destino  mas continua perfeitamente actualizada.


Em meados de Outubro,  pouco tempo   depois da Independência e após a escalada do Pico Cão Grande, deixaria São Tomé a bordo do pesqueiro Hornet para ser largado numa piroga na Ilha de Ano Bom, 180 Km a sul da linha do Equador, a fim de tentar a travessia atlântica - com uma mensagem redigida por José Fret Lau Chong que então desempenhava as funções de ministro da Informação, Justiça e Trabalho – cargo que ocupou entre 1975 e 1976 – a qual dizia, entre outras palavras, o seguinte: "Salientamos o espírito aventureiro que preside à iniciativa do Camarada  Jorge Marques, que, depois de uma viagem experimental , e bem sucedida de S. Tomé à Nigéria, também de canoa, propõem-se avançar, desta feita, mais significativamente, programando o percurso S. Tomé- Brasil."

"A recente independência  nacional de S. Tomé e Príncipe, e a consequente libertação do nosso povo do domínio colonial português, reforça a afinidade dum passado histórico comum com o Povo Brasileiro, e daí, a razão de ser de uma irmandade que importa  reviver, sempre que possível, para se reforçar. 

Assim, aproveitando a travessia  atlântica do camarada Jorge Trabulo Marques, que servindo-se de uma simples canoa, vai percorrer  o mar, de S. Tomé ao Brasil, evocando a rota por que, na era retrógrada, os escravos eram conduzidos  para as plantações  da cana do açúcar, o povo de S. Tomé e Príncipe, representado pela sua vanguarda revolucionária,  o MOVIMENTO DE LIBERTAÇÃO DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE (MLSTP), saúda fraternal e calorosamente, o povo irmão do Brasil" - Excerto

Não lograria  atravessar o oceano Atlântico, acabando, porém, por viver uma das maiores provações da minha vida - tanto no mar como em Terra - Após 38 dias à deriva, desde Ano Bom a Bioko (ex-Fernando Pó), onde fui encarcerado na famigerada prisão black Beach, por suspeita de espionagem e dali entrar vivo mas sair cadáver. O que só não sucedeu, graças à mensagem do MLSTP, dedicada ao Povo Brasileiro, que esperava ler quando alcançasse a maravilhosa terra do maior país de expressão portuguesa. - Mais pormenores em bioko à vista - ilha do “diabo” 




Pelos Jornalistas – Jorge Trabulo Marques e Adilson Castro -  Com Laureano Costa, oftalmologista, no Hospital Dr. Ayres Menezes, exercendo a profissão há  tantos anos como tem a República Democrática de S. Tomé e Príncipe, o seu país  – Numa breve entrevista,  que nos deu o prazer e a honra de nos conceder, num ocasional e amável encontro, ao lado do antigo Mercado Municipal, bem no centro do coração da capital, confessou viver “com muita alegria” os 40 anos da independência do seu pais. Porém, defende que deveria haver maior concentração governativa e melhor trabalho para que o povo se sentisse também independente. 


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