Por Jorge Trabulo Marques - Jornalista
A módica importância equivalente a dois euros, incluindo refeição e bebida: - foi justamente o que gastei, neste último domingo, em dois restaurantes típicos de bairro – Na companhia de um amigo, ou seja, acabei por gastar à volta de cinco euros, num total das quatro refeições. E não se pense que se trata de algum miniprato, tal como aquelas famigeradas refeições que se servem de pé e ao balcão, tipo manjedoura, de alguns restaurantes de Lisboa ou do Porto e de outras cidades - Que mal dão para saciar o estômago.
S. Tomé e Príncipe, é apontado, com um dos destinos turísticos mais recomendados do Mundo. Não somente pela beleza incomparável das suas florestas, bordejadas por um mar de um azul turquesa, água cristalina, praias orladas por frondosos coqueiros, como que vergados pelo denso manto luxuriante, que, desde as suas razies se ergue, qual presépio de multi-verdes maravilhosos, que vão perder-se nas neblinas das maiores alturas, unindo a terra e o céu, como se não houvesse qualquer distância que os separasse.
Pelos vistos, o fascínio que estas ilhas exercem nos visitantes, não resulta apenas do exotismo da sua paisagem, mas também pela hospitalidade da sua gente e ainda por não ser dos destinos mais caros.
ALMOÇO COM OS PESCADORES QUE ANDARAM
PERDIDOS NO MAR
Encontrei-me com eles, casualmente na cidade, por volta do meio-dia, depois de terem deixado a capitania dos Portos. Querendo conhecer as adversidades por que passaram, e, tendo-me dito que não tinham dinheiro para almoçar fora de suas casas, fiz questão que nos acompanhassem a um restaurante, onde podemos almoçar e conversar. Mesmo assim, ainda penso ir à Praia Melão, donde partiram para a dramática viagem, a fim de ali me inteirar melhor das suas vidas. – Espero referir-me, mais detalhadamente, a estas histórias, no meu site, numa próxima oportunidade
POBREZA EM SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE – E QUE
TIPO DE POBREZA?
"Ninguém me encomendou o sermão, mas precisava de desabafar publicamente. Não posso mais com tanta lição de economia, tanta megalomania, tão curta visão do que fomos, pudemos e devemos ser ainda, e tanta subserviência às ordens de uma Europa sem valores, incapaz de entender um Povo que nela sempre os teve e com eles espiritual e singularmente a dignificou. In Miguel Torga, Diário XVI
De facto, fala-se que, S. Tomé, é um país, em que "metade da população vive abaixo da linha de pobreza e 10% das pessoas estão subnutridas". As crianças são as maiores vítimas. São Tomé e Príncipe - Príncipes do Nada - Penso que se tratam de análises, que não refletem propriamente a realidade: sim, é verdade que os ordenados aqui são baixíssimos, injustos, nalguns casos até nem vão além dos 20 euros mensais, mesmo assim, não se pode dizer que alguém aqui morra de fome ou se encontrem crianças com as pernas de galinhas ou barrigas de bola, inchadas, tal como se veem noutros países de África:
Embora , os costumes se corrompam com a desenfreada expansão do egoísmo e mercantilismo do mercado global capitalista, ainda persistem as tais ilhas, onde a destruição dos valores humanistas, não foram completamente subvertidos: São Tomé e Príncipe, constituem, raros exemplos: em que o sentimento de generosidade e de pacifismo, ainda não foi substituído pelo da violência ou do salve-se, quem puder. Ora, é justamente esse espírito, que o capital apátrida sem fronteiras, ainda não matou, que se reflete, desde o pequeno comércio, na compra de vestuário, onde se podem encontrar “trapos” para todas as bolsas ou nos pequenos quiosques e modestos restaurantes de bairro.
CENTRO COMERCIAL NO CORAÇÃO DA CIDADE
DE S. TOMÉ
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