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sexta-feira, 19 de dezembro de 2025

Tchiloli de São Tomé e Príncipe na lista de Património Cultural Imaterial da Humanidade

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Jorge Trabulo Marques - Jornalista


Tchiloli de São Tomé e Príncipe inscrito na lista de Património Cultural Imaterial da Humanidade O Tchiloli, teatro de São Tomé e Príncipe foi inscrito na lista de Património Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO durante na 20.ª Sessão do Comité Intergovernamental para a Salvaguarda, a decorrer até sábado em Nova Deli, Índia.  ´´

   Finalmente, concretizou-se um grande desejo de poetas, escritores, jornalistas  e musicólogos santomenses  A Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO, na sigla inglesa) felicitou o Estado Parte pela sua primeira inscrição, reconhecendo a "perseverança e empenho em complementar o processo de candidatura", um percurso que havia sido iniciado em 2015.     O tchiloli baseia-se num texto escrito por volta de 1540 por Baltazar Dias, um dramaturgo cego, madeirense da escola de Gil Vicente (1465-1536). Atualmente existem mais grupos de tchiloli em São Tomé do que antes da independência. 

Em 1969, havia cinco tragédias *3, em 1991 existiam nove grupos *4, entre 1995 e 1998 atuaram 15 grupos *5 e, segundo informações da Direção Nacional da Cultura, em 2007 permaneciam 12 tragédias.  Geralmente um espetáculo tem a duração de cerca de seis horas e é apresentado em terra batida num quintal ou numa praça pública, ao ar livre, durante a gravana (estação seca), sobretudo por ocasião das festas anuais dos santos católicos das vilas e de outras festividades. A influência africana, em termos da noção de tempo, estendeu as poucas páginas do texto original para representações bem mais longas.        

O seu drama inspira-se em seis romances castelhanos que, por sua vez, derivam do ciclo carolíngio do século XI. Este teatro medieval conta a história de Dom Carloto, filho e herdeiro do imperador Carlos Magno que assassina o seu melhor amigo, Valdevinos, sobrinho do marquês de Mântua, durante uma caçada, porque se apaixonou por Sibila, a esposa de Valdevinos. O crime leva as duas famílias e os seus representantes a debaterem questões de lei, de justiça e de governação. Os temas chave desse drama são a traição e a igualdade perante a lei. O imperador é confrontado com o dilema de escolher entre a raison d’État, o interesse nacional, e o seu amor paternal. Finalmente, o seu filho é condenado à morte e executado na fortaleza imperial.   



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terça-feira, 16 de dezembro de 2025

Solstício de inverno 21 às 08H - A celebrar num dos calendários pré-históricos dos Templos do Sol - Chãs- Foz Côa Alinhamento sagrado com um menir do Castro do Curral da Pedra

  Jorge Trabulo Marques - Jornalista, investigador e coordenador das celebraçoes mos Templos do Sol

Templos do Sol, maciço dos Tambores, junto a antigo  castro, aldeia de Chãs – V. N de Foz Côa - Meus votos de que auspicie Paz na Terra e acabe a Guerra e o Natal seja uma quadra de positiva reflexão espiritual  e de alegre e saudável convívio familiar


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elebração do Solstício do Inverno, dia  21, ao nascer do sol na Pedra,08.00   no menir “Phallus Impudicus" por via da sua aparência aos cogumelos, com esta desiganção, que ali surgem nesta época.  
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Venha partilhar connosco a ascensão da Luz  - Uma das celebrações mais antigas da humanidade - Em Honra ao Deus Sol ou, ao Pai Sol, tal como o catolicismo assim já o definiu -  Com momentos de poesia 

O tempo tem arrefecido e as chuvas  têm vindo a fazer-nos lembrar que o Inverno se aproxima - Mesmo assim, longe vão as grandes invernias, as alterações climáticas do aquecimento global, estão a perturbar a vida na terra em todas as suas vertentes. Esperemos que a manhã do próximo domingo, dia 21, nos proporcione uma pausa menos fria e mais tranquila.

O Natal e a sua relação ao Solsticio do Inverno,  é histórica: porque, a  Igreja Católica, no século IV, escolheu a data de 25 de dezembro ( o dia do Dies Natalis Solis Invicti, ou Aniversário do Sol Invicto) para celebrar o nascimento de Jesus, cristianizando as festas pagãs de renovação, luz e renascimento do Sol.

 Festividades antigas como a Saturnália romana e o festival nórdico Yule celebravam o fim da escuridão e o retorno dos dias mais longos, práticas que foram absorvidas e resinificadas no Natal cristão, que passou a simbolizar Cristo como a "luz do mundo".


 Depois da celebração do Equinócio do Outono, ao nascer do sol do passado dia 22 de Setembro, no altar do Santuário Rupestre da Pedra da Cabeleira de Nº Srª, aí temos novo evento para os amantes da Mãe-Natureza

Antigo Castro do Curral da Pedra no Ponto mais alto do Maciço dos Tambores e Mancheia 


 O solsticio do Inverno, fenómeno astronómico que acontece todos os anos no dia 21 ou 22 de dezembro, este ano, ocorrerá no dia 21 de dezembro de 2025, domingo, às 15h0 

Data em que  o inverno começa em Portugal e em todo o hemisfério norte, e o verão começa no hemisfério sul. É o dia mais curto do ano e, consequentemente, a noite mais longa.    Mas nós, vamos saudá-lo, ao nascer-do-sol, junto ao Castro do Curral da Pedra, Mancheia, arredores da aldeia de Chãs - V. N de Foz Côa. Se puder, não deixe de partilhar connosco mais estes momentos de saudação ao primeiro dia das quatrp estações do ano no Hemisfério Norte

Um casal feliz -António e M. Amélia Lourenço




De seu nome completo, António dos Santos Pimentel Lourenço, nasceu em  Meda, em 15-12-1948-    Um dos raros exemplos de servir a causa pública – Ex-autarca da freguesia de Chás, que serviu ao longo de mais de 30 anos - Ex-Presidente da Direção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de V- Nova de Foz Côa, ao longo de 20 anos -  Um  dos  mais empenhados e  devotos  pelas celebrações nos Templos do Sol, com sua esposa, a ex-professora, Maria Amélia Lourenço, desde os primeiros eventos, há 17 anos

António Lourenço- No combate a um incêndio nestes espaços

STONHENGE PORTUGUÊS" - EXISTE E SITUA-SE  NO MACIÇO DOS TAMBORES-MANCHEIA - Com alinhamentos sagrados para todas as estações do ano.





Estranhos morros, que, à primeira vista, mais lembram terra de ninguém, parda e erma paisagem de um qualquer pedaço lunar. Porém, estou certo que não haverá ninguém que, ao pisar o milenar musgo, húmido ou ressequido, daquelas tisnadas fragas, ao inebriar-se com os seus bálsamos, as subtis fragrâncias que evoluem das giestas, das ervas e pedras,  volvendo o olhar em torno dos vastos  horizontes que se  rasgam  por largos espaços, fique indiferente ao telúrico pulsar, à cósmica configuração e  representação divina, que ressalta em cada fraguedo ou ermo penhasco

SOLSTÍCIO DO INVERNO É TAMBÉM A FESTA NATALÍCIA 

- Referem os estudos mitológicos que “Em várias culturas ancestrais à volta do globo, o solstício de inverno era festejado com comemorações que deram origem a vários costumes hoje relacionados com o Natal das religiões pagãs. O solstício de inverno, o menor dia do ano, a partir de quando a duração do dia começa a crescer, simbolizava o início da vitória da luz sobre a escuridão. Festas das mitologias persa e hindu referenciavam as divindades de Mitra como um símbolo do "Sol Vencedor", marcada pelo solstício de inverno. A cultura do Império Romano incorporou a comemoração dessa divindade através do Sol Invictus. Com o enfraquecimento das religiões pagãs, a data em que se comemoravam as festas do "Sol Vencedor" passaram a referenciar o Natal, numa apropriação destinada a incorporar as festividades de inúmeras comunidades recém-convertidas ao cristianismo” – Excerto de http://pt.wikipedia.org/wiki/Solst%C3%ADcio 




A este alinhamento dos Templos do Sol, dei  o nome de "Phallus Impudicus" em homenagem aos fantásticos cogumelos Stinkhorn Phallus Impoudicus"  que nesse dia pude descobrir nalguns sítios do Monte dos Tambores-Mancheia Pormenores em http://www.vida-e-tempos.com/2013/12/sexual-mushroom-dos-tambores-na-lista.html

 A maioria das pessoas não se dá conta destes fenómenos. Sabe que o tempo arrefece e que o Inverno está à porta mas nem se apercebe  do dia em que ele entra. Estas efemérides que, para os antigos povos, assumiam a maior importância, passam praticamente despercebidas nos dias de hoje, tal a pressa e o stress, que caracteriza a chamada vida moderna.



Atualmente, a humanidade tem ao seu dispor os mais sofisticados meios científicos ao serviço da astronomia - e há alguns milénios atrás, como era?! ... O homem não apareceu há milénios mas a sua evolução tem origem à milhões de anos . E, naturalmente, que a sua vida sempre esteve intimamente ligada às estações do ano e o movimento aparente do sol - E quem é que hoje não se apercebe dos diferentes pontos que o nascer ou o ocaso tomam na geografia donde reside habita?  Por isso mesmo, podia não ser-lhe fácil deslocar ou erguer um enorme megálito para servir de marco de referência ou para, junto dele, fazerem os seus cultos (o que, aliás, mesmo assim, não se importariam, graças à sua infinita paciência, num tempo em que a sua existência era regida pelas leis da natureza e não pelas velocidades supersónicas); contudo, eles podiam facilmente balizar os pontos principais do percurso solar.  E foi o que fizeram: nuns casos, de forma mais majestosa, noutros talvez apenas como modestos penedos. 










O MACIÇO DOS TAMBORES E MANCHEIA É UM MUNDO DE SURPRESAS -  NA ASTRONOMIA PRÉ-HISTÓRICA E NO MARAVILHOSO MUNDO DO REINO VEGETAL E  MINERAL - OS ANTIGOS POVOS QUE AQUI VIVERAM ERAM VERDADEIROS OBSERVADORES E VENERADORES DOS ASTRO


Os raios solares do nascer do sol, se não houver nevoeiro ou céu nublado, a crista da pedra, na imagem,   fica em perfeito alinhamento com uma abertura na colina, situada




Estranhos morros, que, à primeira vista, mais lembram terra de ninguém, parda e erma paisagem de um qualquer pedaço lunar. Porém, estou certo que não haverá ninguém que, ao pisar o milenar musgo, húmido ou ressequido, daquelas tisnadas fragas, ao inebriar-se com os seus bálsamos, as subtis fragrâncias que evoluem das giestas, das ervas e pedras,  volvendo o olhar em torno dos vastos  horizontes que se  rasgam  por largos espaços, fique indiferente ao telúrico pulsar, à cósmica configuração e  representação divina, que ressalta em cada fraguedo ou ermo penhasco

SOLSTÍCIO DO INVERNO É TAMBÉM A FESTA NATALÍCIA 

- Referem os estudos mitológicos que “Em várias culturas ancestrais à volta do globo, o solstício de inverno era festejado com comemorações que deram origem a vários costumes hoje relacionados com o Natal das religiões pagãs. O solstício de inverno, o menor dia do ano, a partir de quando a duração do dia começa a crescer, simbolizava o início da vitória da luz sobre a escuridão. Festas das mitologias persa e hindu referenciavam as divindades de Mitra como um símbolo do "Sol Vencedor", marcada pelo solstício de inverno. A cultura do Império Romano incorporou a comemoração dessa divindade através do Sol Invictus. Com o enfraquecimento das religiões pagãs, a data em que se comemoravam as festas do "Sol Vencedor" passaram a referenciar o Natal, numa apropriação destinada a incorporar as festividades de inúmeras comunidades recém-convertidas ao cristianismo

 

Solstícios: pontos da elíptica em que o Sol atinge as posições máxima e mínima de altura em relação ao equador, isto é, pontos em que a declinação do Sol atinge extremos: máxima no solstício de Verão e mínima no solstício de Inverno.


A palavra de origem latina (Solstitium) está associada à ideia de que o Sol devia estar estacionário, ao atingir a sua mais alta ou mais baixa posição no céu

No Monte dos Tambores (maciço granítico,vulgarmente   conhecido por As Fragas dos Tambores), existem alinhamentos sagrados com os calendários pré-históricos de todas as estações do ano -Além dos calendários solares, alinhados com os equinócios da Primavera e do Outono e do Solstício do Verão,  existem  também dois alinhamentos sagrados com o solstício do Inverno -

 Todavia, a celebração principal é a que decorre no Solstício  do Verão  - No Solstício do Inverno, dadas as adversidades climatéricas, e também a sua instabilidade, deixamos a peregrinação ao critério de  quem ali deseje deslocar-se - Foi o que sucedeu este ano 


















O MACIÇO DOS TAMBORES E MANCHEIA É UM MUNDO DE SURPRESAS -  NA ASTRONOMIA PRÉ-HISTÓRICA E NO MARAVILHOSO MUNDO DO REINO VEGETAL E  MINERAL - OS ANTIGOS POVOS QUE AQUI VIVERAM ERAM VERDADEIROS OBSERVADORES E VENERADORES DOS ASTROS - 

AS ENIGMÁTICAS COVINHAS - SIMBOLOGIA DA URSA MAIOR
 
 Pedra do Sete Estrelo, com sete fossetes (petróglifos) formando a Ursa Maior, que despertou a atenção de Tom Graves, em Outubro de 2008 quando visitou os Templos do Sol e os alinhamentos sagrados.  Aliás, fui eu que o encaminhei a esta pedra, que já há muito me intrigava.  Fizeram-se vários conjunturas mas nenhuma nos levou a  tal possibilidade. Agora é que me dei conta de que as enigmáticas covinhas, formam a Ursa maior  - É  uma rocha muito estranha com duas configurações completamente diferentes,  que indica os quatro pontos cardeais.  E é sabido que, o sete estrelo,  em todos os tempos, foi uma das constelações com maior simbolismo. Veja as imagens e outros pormenores em http://www.vida-e-tempos.com/2014/01/pedra-da-ursa-maior-nos-templos-do-sol.html




O SOLSTÍCIO DO INVERNO - NAS PORTAS DOS TEMPLOS DO SOL - NO PLANALTO DOS TAMBORES - DESCOBERTO, OBSERVADO E ESTUDADO POR ALBANO CHAVES - Já conhecíamos os alinhamentos com os Equinócios da Primavera e do Outono e o Solstício do Inverno - única dúvida que havia, finalmente foi desfeita.

Tal como foi dito  neste site,(1) solstício do inverno nos templos do sol – albano chaves .. a descoberta do alinhamento solsticial de Inverno nas Portas do Sol, foi observada há três anos e ficou a dever-se ao Dr. Albano Chaves 
– O seu desenvolvido estudo, também já publicado em Inglaterra, numa revista sobre astroarqueológica, é realmente um valioso contributo para o conhecimento e investigação do património histórico na aldeia de Chãs, no termo da qual se situam as famosas gravuras paleolíticas da Quinta da Barca . Com tão interessantíssimo trabalho de investigação, concluía-se, assim, que, no planalto do Maciço dos Tambores, conquanto não houvesse  os  artistas, do mesmo  gabarito dos  que povoaram o  Vale do Côa, mas verdadeiros astrónomos ou veneradores do sol e dos ciclos das estações





 EMOÇÕES INESQUECÍVEIS DE ALBANO CHAVES 

"Não consigo descrever a sensação e a emoção que senti ao ver o Sol surgir, efectivamente, pela fenda que designei por 'Porta do Sol'. Eu tinha fortes suspeitas de que isso aconteceria e os cálculos dos engenheiros António e Miguel Lázaro assim o confirmaram, mas... como S. Tomé, quis ver para crer, quis testemunhar pessoalmente o acontecimento. Aquele primeiro momento em que a esfera solar, amarela e fulgurante, emergiu no fundo da abertura, fez-me levantar os braços e bater palmas. A emoção não esmoreceu ao seguir o movimento do Sol, elevando-se no firmamento numa trajectória inclinada para a direita. O nevoeiro que, como algodão em rama, enchia o Graben atrás de mim, trouxe-me por momentos algumas preocupações, porque por vezes também cá em cima passavam ténues manchas de nevoeiro. O nevoeiro ia subindo encosta acima, disso não restavam dúvidas, mas nessa corrida entre o surgir do Sol e o afogamento do planalto em espesso nevoeiro, o Sol venceu. Gloriosamente! Depois, como que sentindo-se vencido, o nevoeiro foi-se dissipando.
A observação do nascer do Sol neste local poderá para muitos ser uma experiência mística, pois todo aquele afloramento granítico parece ter sido ali colocado para receber o Sol, ou, numa outra perspectiva, para parir o Sol nascente no primeiro dos dias em crescimento. É um duplo nascimento: do Sol, nesse dia, e da criança que, dia após dia, não deixará de crescer até ao Solstício de Verão.
A deslocação lateral para a observação deste fenómeno é confortável, porque a 'Porta do Sol' não é um ponto, mas sim uma abertura com quase 2 metros de largura, o que permite que uma fila dupla de pessoas colocadas lado a lado, ombro a ombro, ao longo de várias dezenas de metros sobre a linha CD testemunhe o fenómeno em simultâneo.
Passado o inicial deslumbramento causado por este impressionante espectáculo natural, o sacerdote, solitário, na Fonte da Tigela, encerra as cerimónias de acolhimento do Sol"


VILA NOVA DE FOZ CÔA -  QUE ERA VILA QUANDO O MEU AVÔ MATERNO, AQUI NASCEU - Por esse altura, em 1870-90, calculam-se, cerca de pouco mais de 3.000  habitantes, um acréscimo,  relativamente ao século anterior  -  Em 1775 tinha 490 fogos e 1528 habitantes; em 1801, 683 fogos e 2610 habitantes

Aqui nasceu e viveu, num tempo em que os incêndios eram apagados, ao rebate dos sinos da igreja com recurso aos cântaros de barros e caldeiro, da água que havia em casa e que havia sido transportada à  cabeça das mulheres ou nas aguadeiras das bestas ou então  de uma lagoa pantanosa, existente  junto ao cemitério, no sítio onde é hoje um aprazível parque ajardinado  

Sim, num tempo em que, embora houvesse menos fogos,  os lares tinham muitos filhos, a vida seguia o ritmo normal - embora dura - dos ciclos da natureza: os alimentos eram praticamente aqueles que a terra fornecia - Hoje, quase tudo depende do que se importa: grande parte das antigas horta e quintais, foram abandonadas e a desertificação e o despovoamento, cavalgando de ano para ano,  vem empobrecendo o Portugal profundo, as regiões mais afastadas do litoral.

A sede do concelho, com uma área de 398, 15 Km, desertifica-se, a densidade populacional enfraquece, ano após ano - Referem estatísticas, que, em   2011, contava com cerca de 3 100 habitantes, num total de 7 312 habitantes pelas demais 17 freguesias.

HOJE CIDADE  - DE SIMPLES POVOAÇÃO ASCENDEU A VILA, EM 1527,  NUM ANO EM QUE - Segundo o  Cadastro desse ano, na vila de Vila Nova de Foz Côa e o seu termo viviam 155 moradores, sendo 44 na vila, dentro dos muros, 108 no arrabalde, 1 na Barca de Foz Côa e  2 na Barca da Veiga do Douro

Oxalá que não se regrida ao tempo em que,  El-Rei D. João I, a  elevou  de simples  povoação à categoria de Vila e D. Manuel mandou edificar  a igreja paroquial  e deu-lhe foral novo (in Livro dos Forais Novos da Beira, fl, 156)

Segundo o  Cadastro de 1527, na vila de Vila Nova de Foz Côa e o seu termo viviam 155 moradores, sendo 44 na vila, dentro dos muros, 108 no arrabalde, 1 na Barca de Foz Côa e  2 na Barca da Veiga do Douro.


segunda-feira, 15 de dezembro de 2025

Lídia Jorge distinguida com o Prémio Pessoa 2025- Meus Parabéns. Conheço o seu belo percurso literário desde os anos 80.

               Jorge Trabulo Marques - Jornalista-Foto-Jornalista e Investigador 


Lídia Jorge distinguida com o Prémio Pessoa 2025- Meus Parabéns. Conheço o seu belo percurso desde os anos 80. Lídia Jorge, uma das figuras centrais da literatura portuguesa contemporânea e Doutora Honoris Causa pela Universidade de Aveiro, é a vencedora do Prémio Pessoa 2025. Considerado a mais importante distinção atribuída em Portugal, o Prémio Pessoa reconhece anualmente personalidades portuguesas que se tenham destacado na vida científica, artística ou literária.

Na edição deste ano, o Júri destacou a “escrita criativa” de Lídia Jorge, capaz de evocar “momentos históricos decisivos da vida portuguesa do último século”, reafirmando o papel da autora como uma das vozes mais influentes da cultura portuguesa contemporânea.

Segundo o júri, trata-se de um romance de uma rara maturidade discursiva, um hino à leitura, à literatura e ao poder transformador de ambas na vida do humano.

Em 2022, Lídia Jorge venceu por unanimidade o Grande Prémio de Romance e Novela 2022 da Associação Portuguesa de Escritores (APE), com a obra “Misericórdia”.

Segundo o júri, trata-se de um romance de uma rara maturidade discursiva, um hino à leitura, à literatura e ao poder transformador de ambas na vida do humano.

De recordar, que, Lídia Jorge, em junho de 2022, também recebeu o Prémio Vida Literária Vítor Aguiar e Silva, como reconhecimento de “personalidade de invulgares méritos e reconhecimento na atividade cultural” – A cerimónia da entrega decorreu, em Braga, segundo foi então anunciado pelo município.

Em declarações ao DN, sublinhou: “Esqueçam a ideia de que um romance sobre a velhice é um deserto narrativo, em que apenas se conjuga o verbo esperar. Ou de que aos seus protagonistas só resta despertar a compaixão do leitor. Em Misericórdia, de Lídia Jorge, Maria Alberta é uma das residentes no lar Hotel Paraíso, mas se a noite a assusta e o corpo lhe fraqueja, nem por isso a abandonam o prazer, o sonho, a curiosidade e até um certo tom despótico que usa na relação com a filha. Sobre si mesma, ela dirá: "Mas eu tenho este feitio, quero demais, mando demais, amo demais alguma coisa que não alcanço, e quando não a atinjo, procuro desesperadamente transformar o que existe de modo o objeto defeituoso da realidade inalcançável." Acompanham-na um leque de personagens, entre pessoas cuidadas e seus cuidadores, que desfazem qualquer ideia maniqueísta que se possa ter sobre estes espaços. São pessoas reais, contraditórias nas suas pulsões, vivências, medos e anseios. Como Lídia Jorge há muito nos habituou nos seus livros, também Misericórdia suscita a reflexão sobre o momento que vivemos e o modo como a condição humana a ele reage. E como acontece às personagens deste romance, também desta conversa em torno dum livro se partiu para a vida toda

Misericórdia, de Lídia Jorge: o livro dos sentimentos, confessou, em várias entrevistas, que a escrita do seu mais recente romance, Misericórdia, lhe foi inspirada pelo acontecimento da morte da mãe — faleceu no Lar da Santa Casa da Misericórdia de Boliqueime no começo da pandemia; pelo menos numa das entrevistas adianta que o próprio título lhe foi pedido pela mãe, para que as pessoas ao lê-lo "tivessem mais compaixão umas pelas outras". Lídia Jorge assim fez, escreveu um livro bondoso, amável, como quem luta por aperfeiçoar um mundo onde a esperança parece muitas vezes andar desencaminhada. E como que para sublinhar esta ideia, a personagem afirma numa frase de efeito: "Eu sou uma daquelas pessoas que não pensa que a esperança é a última a morrer. Eu penso que a esperança é simplesmente imortal. https://www.publico.pt/2022/12/28/culturaipsilon/critica/livro-sentimentos-2032726

              Misericórdia,  de Lídia Jorge sobre a imortalidade da esperança

Misericórdia, romance de Lídia Jorge, nasceu como uma "encomenda" de sua mãe nos últimos meses de vida. Mas, como a autora conta nesta entrevista, do jogo entre o testemunho e a ficção nasce uma reflexão sobre a condição humana em tempos incertos

Em declarações ao DN, sublinhou:  “Esqueçam a ideia de que um romance sobre a velhice é um deserto narrativo, em que apenas se conjuga o verbo esperar. Ou de que aos seus protagonistas só resta despertar a compaixão do leitor. Em Misericórdia, de Lídia Jorge, Maria Alberta é uma das residentes no lar Hotel Paraíso, mas se a noite a assusta e o corpo lhe fraqueja, nem por isso a abandonam o prazer, o sonho, a curiosidade e até um certo tom despótico que usa na relação com a filha. Sobre si mesma, ela dirá: "Mas eu tenho este feitio, quero demais, mando demais, amo demais alguma coisa que não alcanço, e quando não a atinjo, procuro desesperadamente transformar o que existe de modo o objeto defeituoso da realidade inalcançável." Acompanham-na um leque de personagens, entre pessoas cuidadas e seus cuidadores, que desfazem qualquer ideia maniqueísta que se possa ter sobre estes espaços. São pessoas reais, contraditórias nas suas pulsões, vivências, medos e anseios. Como Lídia Jorge há muito nos habituou nos seus livros, também Misericórdia suscita a reflexão sobre o momento que vivemos e o modo como a condição humana a ele reage. E como acontece às personagens deste romance, também desta conversa em torno dum livro se partiu para a vida toda. https://www.dn.pt/cultura/lidia-jorgea-imortalidade-da-esperanca-15368934.html

 

 Nascida em 1946, no Algarve, Lídia Jorge estreou-se com a publicação de “O Dia dos Prodígios”, em 1980, um dos livros mais emblemáticos da literatura portuguesa pós-revolução.

Em 1988, “A Costa dos Murmúrios” abriu-lhe as portas para o reconhecimento internacional, tendo sido posteriormente adaptado ao cinema por Margarida Cardoso.

“O Vento Assobiando nas Gruas” (2002) aborda a relação entre uma mulher branca com um homem africano e o seu comportamento perante uma sociedade de contrastes. A obra venceu o Grande Prémio de Romance e Novela da APE em 2003.

Entre muitas outras, Lídia Jorge escreveu ainda obras como “O Vale da Paixão”, “Combateremos a Sombra”, “Os Memoráveis” ou “O Livro das Tréguas”, a sua estreia na poesia.

À autora foram atribuídos alguns dos principais prémios nacionais, alguns deles pelo conjunto da obra, como o Prémio da Latinidade, o Grande Prémio da Sociedade Portuguesa de Autores ou o Prémio Vergílio Ferreira.

No estrangeiro, venceu a primeira edição do prémio Albatross da Fundação Günter Grass, o Grande Prémio Luso-Espanhol de Cultura e o Prémio FIL de Literatura em Línguas Românicas de Guadalajara, entre outros. https://observador.pt/2023/04/28/lidia-jorge-vence-premio-vida-literaria-vitor-aguiar-e-silva/