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terça-feira, 17 de junho de 2025

Celebração do Solstício do Verão 21-06-2025 –A partir das 1.30 às 20.45 Um dos calendários solares-pré-históricos, aldeia de Chãs- V. N de Foz Côa -Stonehenge Português- Sob o Lema Paz na Terra e Acabe a Guerra –Com singelas homenagens ao Poeta Manuel Daniel e o fadista José Manuel Osório Saudosos rostos que vamos recordar - Ambos, a seu modo, defensores da espiritualidade poética, musical e tradicional e da Paz e da liberdade –


Celebração do Solstício do Verão 21-06-2025 –A partir das 1.30 às 20.45 Um dos calendários solares-pré-históricos, aldeia de Chãs-  V. N de Foz Côa -Stonehenge Português-  Sob o Lema Paz na Terra e  Acabe a Guerra –Com singelas homenagens ao Poeta Manuel Daniel e o fadista José Manuel Osório   Saudosos rostos  que vamos recordar - Ambos, a seu modo, defensores da espiritualidade  poética, musical e tradicional e  da Paz e da liberdade – 

Ó Pedras históricas é monumentais da minha aldeia! Calendários solares, que escutais a voz do meu silêncio! – Sejam bem-vindos à celebração do Solstício do Verão ! Noutro país, serieis bem mais valorizadas Escoadouro das minhas economias e meus passos- Desde há mais de 20 anos, celebrados por minha iniciativa, nunca ninguém me agradeceu e nem espero que o façam.


Jorge Trabulo Marques - Jornalista - Coordenador do evento -  Pedra do Sol 40º 59' 39.94'' 
A Pedra do Solstício tem forma arredondada e, no próximo dia 21, sábado, os raios solares "tocam" o seu eixo imaginário, ficando perpendicularmente alinhados "com a crista do monumental megalítico em forma esférica, o circulo evocativo a nascente e o disco luminoso ao esconder-se a poente


Não tinham relógios nem calendários, como hoje os temos, mas  nem por isso deixavam de saber quando uma estação terminava e outra começava. Erguiam enormes blocos ou aproveitam-se de outros já existentes e adaptavam-nos para as suas observações astronómicas. E faziam deles, além de verdadeiros monumentos, também os seus locais de culto. Muitos caíram no esquecimento ou foram destruídos. Porém, outros, ainda subsistem em vários pontos do Globo: o mais famoso é Stonehenge e, em Portugal, os templos do sol, no maciço dos Tambores, aldeia de Chãs, onde são celebrados os ciclos do ano e evocados, tempo idos.

 

Vinde Contemplar a Luz na sagrada hora do cair da radiosa serenidade que suavemente se despede, vos alegra e rejuvenesce - Participe e partilhe dessa esplendorosa harmonia - É na tarde de 21 - Vinde saudar o dia mais longo do ano com alegria da graça, da oferenda e do júbilo celestiais 
Com Singela Homenagem ao fadista José Manuel Osório e ao poeta Manuel Daniel e – Ambos, a seu modo, defensores da espiritualidade e da Paz – José Manuel Osório, pai do jornalista e escritor Luís Osório – Saudosas figuras que vamos recordar no próximo Sábado, dia 21 , na já tradicional celebração dos templos do sol, em chãs, de V. N. de Foz Côa




As cerimónias evocativas têm inicio   com o  o já tradicional cortejo druida, que parte do adro da aldeia pelas 18 .30 horas, dia 21, A cerimónia evocativa terminará às 20.45 no momento em que os raios solares ficam alinhados com a crista daquela imponente esfera granítica, junto da qual os antigos povos terão festejado a entrada do Verão,com os seus rituais, sacrifícios e  festividades. 

JUNTE-SE À FESTA DO DIA MAIOR DO ANO E VIVA UM DIA INESQUECÍVEL
No maciço dos Tambores, planalto granítico onde termina a meseta ibérica e começa o chamado Douro do xisto,  existem vários calendários pré-históricos, alinhados com o nascer e o pôr-do-sol do solsticios do Verão e do Inverno, como também com os equinócios da Primavera e do Outono Desde há vários anos, que ali são realizadas cerimónias evocativas com o primeiro dia de casa estação 


 VENHA SAUDAR O DIA MAIOR DO ANO 




O Solstício de Verão 2025 ocorre dia 21 de Junho às 02.42 TMJ,   instante que marca o início do estio  no Hemisfério Norte e se prolongará por 93,65 dias até ao próximo Equinócio que ocorre no dia 21 de Setembro dno hemisfério norte, que marca o início do verão, ocorre no dia 22 de Setembro às 19-19 TMJ


Neste dia, o Sol atingirá sua máxima declinação em relação à linha do Equador, descrevendo o maior arco aparente no céu e resultando no dia mais longo do ano e na noite mais curta. Em Lisboa, o solstício de verão também ocorrerá no dia 21 de junho, marcando o início da estação. 





Desde a antiguidade que os povos atribuíam ao sol um poder mágico e terapêutico e lhes votavam os seus cultos.  Alguns desses rituais e festividades coincidiam  com as mudanças ocorridas na natureza, especialmente nos solstícios e equinócios, e revestiam-se de uma forte ligação à agricultura e à fertilidade. Além disso acreditava-se que nesses dias sagrados os seus deuses lhes conferiam  proteção e benesses especiais, a troco de oferendas e sacrifícios. Para os adoradores do sol da atualidade estas celebrações  são a busca de uma fonte de equilíbrio e de harmonia com a natura, em perfeita comunhão com as transformações dos





Vinde Contemplar a Luz na sagrada hora do cair da radiosa serenidade que suavemente se despede, vos alegra e rejuvenesce - Participe e partilhe dessa esplendorosa harmonia - É na tarde de 21 - Vinde saudar o dia mais longo do ano com alegria da graça, da oferenda e do júbilo celestiais 

José Manuel Osório                                                                                                                           - Pai do jornalista e escritor,   Luís Osório 

José Manuel Osório  Fadista, investigador e ator, Morreu aos, 64 anos, no dia 11 de Agosto de 2011,  em Lisboa. Era considerado o mais antigo caso de um doente com sida em Portugall- Exemplo de resistência, de força de vontade e de genialidade e,m prol da tradicional musicalidade portuguesa 

. Nasceu em 1947, na República do Zaire. Foi um  dos mais notáveis investigadores na área do fado. Até aos 10 anos viveu em África. O fado passava por sua casa, sobretudo na voz de Lucília do Carmo. Mas, na altura, pouco lhe interessava. Preferia a magnitude da voz de Maria Callas. Foi quando veio para Lisboa, aos 11 anos, que descobriu a grande beleza do fado, nas vozes de Amália Rodrigues e José Pracana.

Incansável opositor do regime salazarista, José Manuel Osório cantou fados de intervenção desde os primeiros discos. Estreou-se em 1965 com um duplo EP em que cantava letras de José Carlos Ary dos Santos, Mário de Sá Carneiro, Manuel Alegre, Luísa Neto Jorge, João Fezas Vital e António Botto. Foi imediatamente proibido. Dois anos depois, um novo disco, que recebeu o Prémio Imprensa, para o melhor disco do ano, com letras de António GedeãoManuel AlegreAntónio Aleixo e Natália Correia. Foi novamente proibido. Em 1969, o terceiro disco teve destino semelhante (mais pormenores em https://www.infopedia.pt/artigos/$jose-manuel-osorio

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POSTAL DO DIA”  de  LUÍS OSÓRIO, –  Reportagem do lançamento do livro,  ilustrada com sons  de fados de seu pai, José Manuel Osório,.  Compilação  de crónicas de histórias de vidas, emitidas na Antena 1 desde janeiro passado, que  podem agora ser  recordadas no mais recente livro do jornalista e escritor, filho de uma lenda na interpretação e no estudo do fado  português.- 

MANUEL PIRES DANIEL – Faleceu em 21 de Janeiro 2021, vitima da Covid 19  Já depois de alguns anos de penosa situação de invisual. Um distinto filho desta  nossa região, natural de Mêda e  que, nos deu o prazer e a  honra de estar presente em várias das celebrações dos Equinócios e Solstício, a última das quais, quatro meses antes da sua morte - No Santuário Rupestre da Pedra da Cabeleira de Nº Sra, em Chãs - V. N. de Foz Côa, na celebração do Equinócio do Outono

 PALAVRAS DE PROFUNDA REFLEXÃO - "Este, meus amigos, é um ato de iminente cultura popular! Isto é um modo de sentir, aquilo que, de mais vivo e mais puro existe na Terra e pode ser compreendido por todos os homens! “ – Começou por sublinhar, Manuel Daniel - Poeta, dramaturgo, jornalista e advogado, homem culto e humanista, talento multifacetado e de rara sensibilidade, autor de uma vasta obra literária, natural de Meda, concelho limítrofe do termo desta aldeia, figura muito querida e prestigiada na nossa região, invisual nos últimos anos da sua vida, residindo em V.N. de Foz Côa, onde casou, exerceu advocacia e continuou a dedicar-se à causa pública.


JUNTE-SE À FESTA DO DIA MAIOR DO ANO E VIVA UM DIA INESQUECÍVEL

ODE À PAZ

Pelas aves que voam no olhar de uma criança,
Pela limpeza do vento, pelos actos de pureza,
Pela alegria, pelo vinho, pela música, pela dança,
pela branda melodia do rumor dos regatos,
Pelo fulgor do estio, pelo azul do claro dia,
Pelas flores que esmaltam os campos, pelo sossego, dos pastos,
Pela exactidão das rosas, pela Sabedoria,
Pelas pérolas que gotejam dos olhos dos amantes,
Pelos prodígios que são verdadeiros nos sonhos,
Pelo amor, pela liberdade, pelas coisas radiantes,
Pelos aromas maduros de suaves outonos,
Pela futura manhã dos grandes transparentes,
Pelas entranhas maternas e fecundas da terra,
Pelas lágrimas das mães a quem nuvens sangrentas
Arrebatam os filhos para a torpeza da guerra,
Eu te conjuro ó paz, eu te invoco ó benigna
Ó Santa, ó talismã contra a indústria feroz,
Com tuas mãos que abatem as bandeiras da ira,
Com o teu esconjuro da bomba e do algoz,
Abre as portas da História,
deixa passar a Vida!

Natália Correia, in O Sol nas Noites e o Luar nos Dias

sexta-feira, 13 de junho de 2025

António Variações – Diálogo com o repórter em noites de lisboa, anos 80, no inicio da sua carreira artística, além de outras figuras da boémia lisboeta – Carreira Breve mas intensa de emoções Faleceu no dia de Santo António, 13-06.1984, aos 39 anos Ambos fomos meninos escravos marçanos, nas mercearias de Lisboa. Ainda me chegou a cortar o cabelo, no seu atelier de cabeleireiro no rés do chão da Rua da Alegria, 132

JORGE TRABULO MARQUES - JORNALISTA  - 


JTM - ANTÓNIO VARIAÇÕES,- Você que é cabeleireiro e também artista: por que é que não envereda pela carreira artistica? - - Eu quero!..... Isso, para mim, está cima de tudo! 
Agora, que se está a desenhar uma carreira, vou agarrá-la o mais que eu puder, claro!- 

Infelizmente, por pouco tempo: morreu há 36 anos - No dia 13 de Junho de 1984, em consequência de uma broncopneumonia bilateral grave 

Além do ator Gilberto, da telenovela Cabocola, do pintor e poeta, Jorge Rosa, dos jornalistas Manuel Neto e Carlos Castro e top models - Registos de cassete de reportagem para a Rádio Comercial-RDP 

UMA VIDA BREVE MAS INTENSA E CHEIA DE EMOÇÕES  - Chamou a si o apelido artístico de António Variações - De seu nome completo,  António Joaquim Rodrigues Ribeiro, filho de camponeses minhotos  – Nascido na  aldeia  Lugar do Pilar, freguesia de Fiscal em 3 de Dezembro de 1944, tal como muitas crianças da sua  em 1957, partiu para a capital  para se lançar na vida  - Tal como sucedeu  a quem não tinha posses para estudar ou não era aceite no seminário - Donde fui exluido ao cabo de 2 meses depois de uma dura experiências de marçano em Lisboa-

PERDEU-SE  DA  CANÇÃO PORTUGUESA,  UM LEGÍTIMO SUCESSOR DA AMÁLIA RODRIGUES  - AOS 40 ANOS 

A sua voz era calorosa e genuinamente Lusa, com as tonalidades da alegria minhota  - Se a morte, o não tivesse levado tão cedo, poderia ter hoje a projeção de Amália Rodrigues, de que se confessava  grande admirador tendo-lhe dedicado um dos seus mais populares temas musicais

Conheci-o, pela primeira vez, num espetáculo noturno do Ritz Club, na Rua da Glória, quando ainda ensaiava os caminhos da fama  -  E também o visitei na sua barbearia, tendo aproveitado para cortar o cabelo, que, geralmente, me era cortado por outro famoso cabeleiro, o Zé Carlos, numa loja do Hotel Sheraton, Metro de  Picoas, em Lisboa - Sim, porque, antes cuidar da imagem que desbaratar o salário em álcool ou em pópós - Que não tenho.

Era mais velho um ano, que eu - Falámos da nossa adolescência: ambos fomos marçanos  nas velhas mercearias de Lisboa - E, pelos vistos, ainda crianças - Tal como recordo neste ideo e em   http://www.odisseiasnosmares.com/2019/10/lisboa-dos-anos-50-marcano-aos-12.html

O tópico amolador na Calçada de Santana, onde aos 12 anos ali ouvia vários pregões.

ANTÓNIO VARIAÇÕES -  A  GRANDE ATRAÇÃO DE UMA "NOITE TROPICAL", EM NOITE FRIA DE DEZEMBRO DE 1982 -  Num ambiente de personagens burlescas, entre a alegoria ultramoderna e o fantasgórico: onde predominavam as cores brancas e negras - Algumas assumidamente dráculas ou travestidas de  andorinhas - Mas, onde a sua presença ainda mais se  destacava, tanto pela voz como pela sua imagem simpática, sigular e que nunca descaía para a banalidade e o trivial  rídiculo.  

Do lado direito  - O  Busto na terra natal de António Variações   - Foto registada pelo poeta e declamador Euclides Cavaco, quando ali fez a apresentação dum livro na terra Natal do Variações



 António Variações, o artista convidado para a abrilhantar a festa na discoteca Tramps, naquela noite destinada angariar fundos para uma instituição de caridade. “Questionado, no fim do espetáculo, se gostava deste ambiente noturno, respondeu-me:
"Gosto!...   Não tanto como gostaria, porque tenho outras atividades durante o dia e um horário a cumprir, que não dá para grandes noitadas!... Tenho de estar de manhã acordado!..  

JTM – António Variações: você apresentou aqui alguns temas que ainda não foram apresentados em disco

A. V. - Três temas que hoje aqui apresentei vão ser incluídos no meu próximo álbum em 3 de Fevereiro de 83: é o tema que eu dedico a Amália, que se chama  Voz-Amália-de-Nós, outro que se vai chamar “Nostradamus”  e outro tema, que se chama “O Corpo é Que Paga

JTM - Você que é cabeleireiro e também artista: porque é que não envereda pela carreira artista”

A.V. - Eu quero!  Eu queria! Isso, para mim, está cima de tudo! Agora que se está a desenhar uma carreira, vou agarrá-la o mais que eu puder, claro!

JTM – Você é um homem moderno!  Prá indumentária que enverga!... Considera-se mesmo um homem moderno?!
A.V. – Não, não! Eu não tenho preocupações para parecer uma figura moderna!... Eu arranjo-me para mim!.. Visto-me para mim!...Da maneira como me sinto bem!... Mais nada! …Tenho preocupações estéticas mas nunca de modas!...

JTM - Aliás, de uma forma original!... Será para chamar atenção  o é o esse o seu estilo?
A.V – É para me sentir bem comigo
JTM – Tivemos muito gosto! E votos para que continue a brilhar na sua carreira

 “SOU UMA CORUJA” - Disse o Gilberto, ator de telenovelas brasileiras 

O espetáculo  foi aprsentado pelo  ator brasileiro, Gilberto, então muito conhecido por ter participado na telenovela Cabocla, que me declarou ter  sido “uma brincadeira que a gente fez papeis de travesti burlescos e cómicos para angariar fundos de caridade para um asilo de velhinhos: eles me convidaram e eu participei numa boa – Confessou-me que adora a noite: de dia durmo! Sou uma coruja!

Também o poeta e pintor, Jorge Rosa, se declarava “um amante da noite e desvendador dos seus mistérios”: “A noite diz-me tudo!... A noite conversa comigo! Segreda comigo! Namora comigo!... Faz amor comigo!... J
Jorge Rosa, artista plástico multifacetado, com uma obra invulgarmente extensa, considerando os variados campos da arte a que se dedicou, nasceu a 8 de Março de 1930 e morreu a 9 de Agosto de 2001https://salfino.blogs.sapo.pt/2506.html

Para o jornalista, Manuel Neto, “a noite diz-me mais que o dia!” Questionado se tivesse que descrever o ambiente da noite, como faria, respondeu: “diria que é um ambiente de negro ou funeral para comemorar um aniversário” – De facto, muitas das vestimentas da noite, eram ao estilo de dráculas”, se bem que também houvesse roupagens inspiradas no mais avançado glamour da moda
Experiências de um jornalista com pincel  Desde pequeno que gosta de pintar. Seguiu carreira como jornalista, mas recentemente descobriu que precisava de algo mais. Foi assim que, aos 53 anos, Manuel Neto trocou a caneta e o bloco de notas pelo pincel e pelo acrílico. .https://www.jn.pt/arquivo/2006/experiencias-de-um-jornalista-com-pincel-562146.html

Carlos Castro, ainda longe de sofrer o brutal homicídio em Nova Iorque, era outra das habituais presenças na mais famosa discoteca lisboeta, confessando que tinha tempo para estas festas e outras coisas. Como a cassete, estava no final da fita, foram escassas as palavras mas o bastante para fazer passar a sua mensagem.

 Carlos António Castro (Moçâmedes, 5 de Outubro de 1945[1] - Nova Iorque, 7 de Janeiro de 2011) foi um jornalista, escritor e cronista social português.[2] - No dia 7 de Janeiro de 2011, foi encontrado morto, sem roupa, com sinais de ter sido agredido na cabeça e sexualmente mutilado.[7] A defesa de Renato Seabra (10 de Setembro de 1989) alegou perturbações psiquiátricas, uma estratégia rara nos Estados Unidos e que não teve êxito - Excerto de https://www.sabado.pt/portugal/detalhe/carlos-castro-foi-assassinado-brutalmente-ha-oito-anos




 ANTÓNIO VARIAÇÕES  - INEGUALÁVEL  NA SONORIDADE DA VOZ CALOROSA E  ENÉRGICA
É P'ra Amanhã" ou "O Corpo É Que Paga"? Durante o Verão de 1983 Variações é muito solicitado para espectáculos ao vivo, sobretudo em aldeias por este país fora. Em Fevereiro do ano seguinte, António Variações entra em estúdio com os músicos dos Heróis do Mar para gravar o seu segundo longa duração que se intitulará "Dar e Receber". O tema mais conhecido deste disco é, sem sombra de dúvidas, "Canção De Engate" que, posteriormente, se tornará um imenso sucesso numa versão dos Delfins. Em Maio desse mesmo ano dá entrada no Hospital e, no dia 13 de Junho de 1984, morre em consequência de uma broncopneumonia bilateral grave. Será sepultado, dois dias depois, no cemitério de Amares (Braga), perto da sua aldeia natal, com a presença de poucos músicos acompanhando o funeral. Com a sua morte desaparece um dos maiores renovadores da canção portuguesa das últimas décadas. No entanto o seu espólio musical foi sendo aberto e Lena d'Água edita, em 1989, o disco "Tu Aqui" que inclui cinco composições inéditas de António Variações.


Em Janeiro de 1994 é editado um disco de homenagem a António Variações que reúne, em torno de versões do cantor, os nomes de Mão Morta, Três Tristes Tigres, Resistência, Sitiados, Madredeus, Sérgio Godinho, Santos e Pecadores, Delfins, Isabel Silvestre e Ritual Tejo. Isabel Silvestre incluirá no seu disco de 1996 "A Portuguesa" o tema "Deolinda de Jesus" de Variações. Este tema, uma sentida homenagem de Variações à sua mãe (que se chama exactamente Deolinda de Jesus) é o contraponto de qualidade a todas as "Mães Queridas" e quejandos deste país. Em 1997 é editado o CD "O Melhor de António Variações", o qual recupera material editado em todos os seus discos. Em 2006 é editada a compilação "A História de António Variações - Entre Braga e Nova Iorque https://www.fnac.pt/Antonio-Variacoes/ia6976/biografia


“ERA UM SELF MADE MAN” –
Escreve Miguel Cadete – Diretor  do Blitz - Expresso

(..) “Faleceu na noite de Santo António, em 1984, no Hospital da Cruz Vermelha, em Lisboa, onde estava internado no serviço de doenças infecto-contagiosas. A certidão de óbito dá como certa uma broncopneumonia bilateral extensa como a causa da morte, mas os cuidados postos na selagem do caixão levam a crer que era seropositivo e que foi uma das primeiras vítimas de sida em Portugal, o que não foi confirmado pelos médicos. Teresa Pinto Couto alternava com Jaime Ribeiro as noitadas passadas no hospital e o irmão ofereceu-lhe uns auscultadores para que pudesse ouvir as suas novas músicas tocarem na rádio. Os Heróis do Mar levaram-lhe as provas da capa do álbum. Ele só pedia, confirmou Carlos Maria Trindade, "que o tirassem dali".es-

(...) Jaime Rodrigues Ribeiro é um dos nove irmãos de António Variações. Sete anos mais novo do que o cantor, tem escritório de advocacia em Lisboa e é um dos principais interessados na recuperação da memória de Variações. Defende o Variações "fiel às suas raízes rurais, religiosas e educacionais", mas compreende a transição de cariz urbano. "Como ele veio cedo para Lisboa, começou a cultivar outros gostos, outras formas de estar e atitudes. O António só tinha a 4ª classe mas era um 'self-made man'. Apenas tinha a instrução primária."

Chegado à capital aos 12 anos, António Joaquim Rodrigues Ribeiro foi acolhido em casa de uns primos e empregou-se como marçano ("distribuía mercearias em casa dos clientes") e mais tarde, depois de tirar um curso de tipografia, como escriturário. Mas não era isso que mais ambicionava, pois nas férias da Páscoa ou do Natal, quando subia ao Minho para rever a família, demonstrava o seu interesse pela música, o fado em particular. "Passou a ser amante do fado, sobretudo da Amália, o grande ídolo. Quando ia ao Minho, levava revistas onde se falava da Amália, foi ele que nos cultivou o gosto do fado, coisa que não se ouve no Minho. Cantava fados da Amália lá no quintal, o que para nós era desconhecido. O que é certo é que gostávamos de ouvir", continua Jaime Ribeiro quando discorre sobre o gosto pela música que então a família descobria em António.

Recordo-o também, quando ele já tinha vinte e tal anos, numa dessas férias, a compor uma canção relacionada com a aldeia. Lembro-me da letra - 'todas as manhãs, bem antes do sol na montanha despontar; era acordado pelos camponeses que passavam a cantar; sempre a mesma animação; e eu senti então uma vontade louca de os acompanhar'. Este é um quadro muito próprio da nossa aldeia, pois próximo da nossa casa existia uma quinta para a qual se dirigiam ranchos de jornaleiros que passavam muito cedo, cantando enquanto se dirigiam para o trabalho. Isto é um paradoxo porque hoje vivemos num mundo de tristeza em que as pessoas têm tudo mas andam sempre cabisbaixas." António Variações nunca viria a gravar esse tema.

Depois do escritório veio a tropa. Em 1964, António foi destacado para Angola, durante a guerra, onde veio a operar na retaguarda, como especialista em mensagens cifradas. Cumpriu a comissão de três anos e quando regressava a Portugal, mesmo depois de cumprir o serviço militar, não podia sair do país sem autorização da polícia política dado estar em posse do sistema de descodificação de mensagens confidenciais do Exército. É com um certo enlevo que o irmão mais novo descreve as fotografias que António enviava do Ultramar, em situações diversas como quando estava a banhos num rio ou, "o que me espanta muito - porque ele quando veio para Lisboa deixou de praticar a religião católica -, rodeado de meninos negros a dar catequese".
Cumprida a comissão, António regressou a Lisboa e começou a viajar para Londres - onde ainda hoje se encontra outro irmão, José, que também seguiu o ofício de barbeiro - e Amesterdão, onde viria a aprender essa arte. Nessas viagens "desenrascava-se a lavar pratos para arranjar alguns trocos" e quando chegou a Lisboa foi trabalhar para os salões de Isabel Queiroz do Vale, no Centro Imaviz, primeiro, e no Centro Comercial Alvalade, depois, onde trabalhou com Zé Carlos.
"Para a família foi uma surpresa ele enveredar por essa profissão - barbeiro, pois não admitia que lhe chamassem cabeleireiro", prossegue Jaime Ribeiro. Foi nessa altura que António comunicou ao irmão o seu gosto pela composição de canções. "Soube mais tarde que ele até tinha assinado um contrato com a Valentim de Carvalho, em 1977 ou 1978. Não sei em que contexto, penso que enviou uma maqueta e eles acharam que aquilo tinha pernas para andar." – Mais pormenores em https://blitz.pt/principal/update/2019-08-22-Quem-era-afinal-Antonio-Variacoes-