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sábado, 23 de novembro de 2019

34º Dia - Perdido No Golfo da Guiné - Não tenho nada na barriga. Não tenho comida... Sinto uma grande dureza no estômago... Uma grande dor nas costas!... Todo o meu corpo me dói... Há uma fraqueza geral em mim... Estou fraco, muito fraco!..."Viver também cansa". Mas a fome mata!


Algures no Golfo da Guiné, 23 de Novembro de 1975 - Há 44 anos - Jorge Trabulo Marques  - 
  
Navegando com a pequena vela de tempo
O diário neste dia foi parco de palavras: mais de silêncio de que  de narrativa: ainda não me sentia rendido à solitária fatalidade, que parecia estender-se por um imenso manto líquido em torno de mim,  mas as energias anímicas iam realmente fraquejando. À frente os pormenores. Mas este era o meu estado de espírito, que jamais esquecerei.

Estou muito fraco. Mal me posso levantar: tenho-me limitado às tarefas mais indispensáveis. A pôr a roupa a secar e a despejar a água que se acumula no fundo da canoa. Mas tudo isto é exaustivo!..  Exige-me um inaudito esforço e eu estou muito fraco!.. . Disponho apenas de uns três ou quatro anzóis. Mas não tenho iscas; não vale a pena lançar a linha e o anzol. .

Travessia Nigéria S.Tomé - 12 dias - Março 1975

Muitas vezes, prostro-me de  joelhos junto à borda de canoa para ver se apanho algum peixe à mão. Há sempre peixes de todos os tamanhos à volta da canoa e acompanhá-la. Alguns vêm  à cata das lapas que nascem no costado. Mas quando estendo o braço para os apanhar, escapam-se-me; são mais rápidos de que eu!  Mais das vezes acabo por desistir e deito-me no fundo da canoa para poupar as minhas forças – Pois, mesmo atolado numa autêntica salmoura, tenho necessidade de descansar.  Nem que fosse sobre um tapete de pregos.  - Até porque não consegui dormir em toda a  noite.


A fome é terrível! É terrível!... Não sentir nada no estômago, é um sofrimento, muito doloroso!... Valha-me ao menos este ar puro que respiro. Quando me levanto, tenho a sensação que é apenas o ar que me alimenta. Fustiga-me o rosto mas entra-me  pela boca e pelo nariz em rijas lufadas, ásperas, violentas, mas muito  revigorantes, que me desentorpecem o corpo.

Sim, respiro o vento e o mar. Não tenho nada na barriga. Por isso, deito-me no fundo da canoa, com os braços cruzados, simplesmente porque me faltam as forças para me manter em pé mas não é por me sentir derrotado.. Não é porque me tenha rendido à luta!... É para ver se conservo prender-me à  vida. Quero viver. Estou fraco, muito fraco!...Mas "Viver também cansa". E a fome mata. É cruel!...O meu corpo cambaleia de fraqueza, cheio de dolorosas borbulhas da humidade. Tenho os dedos das mãos  e os pés muito gretados. A unhas dos pés irreconhecíveis da água salgada. As costas numa chaga. O estômago  fortemente encolhido... Os olhos muito doridos... Ó Meu Deus!... Serei ainda um ser humano?!... Até quando este sofrimento?!...


Bandeira de STP - 
A fraqueza é imensa e deixa-me bastante debilitado. Tenho-me mantido num profundo silêncio - Foi um  dos dias em que não meti nada à boca e  falei muito pouco para o meu gravador.

 Somente ao fim da tarde, tive a coragem de abrir o meu baú (um contentor de plástico do lixo), onde o preservo da violência do mar e senti vontade de dizer algumas palavras.  Remeti-me a um profundo e resignado mutismo: sem lágrimas mas também sem nenhuma alegria. Sem desespero mas possuído de uma enorme angustia a perturbar-me a alma.  Com o sentimento de um enorme desconforto, em todos os aspetos: sem poder dormir, cheio de fome e no meio de um mar bravio, fortemente batido pelas vagas. 

Diário vertido para um pequeno gravador, guardado num velho contentor do lixo

SINTO UMA GRANDE DUREZA NO ESTÔMAGO...


Diário de Bordo 1 É já o fim de tarde  do 34º dia. Mais um dia que passei... praticamente deitado sobre o fundo da canoa... Com os braços cruzados, pois não tenho outra solução.... O mar continua com bastante ressaca... O vento agora não é muito forte.... Mas a única solução que tenho é realmente deitar-me no fundo da canoa, até para não gastar energias... Para não fazer muito esforço físico.

Não tenho comida... Sinto uma grande dureza no estômago... Uma grande dor nas costas!... Todo o meu corpo me dói... Há uma fraqueza geral em mim...

De manhã, vi muito ao longe a chaminé de um barco....mas bastante afastado! O mar contínua muito bravo!... O equilíbrio é realmente difícil...

Estou apenas com três comprimidos e água das chuvas... Mais nada no estômago... Tenho um apetite voraz...Neste momento eu comia não sei o quê!...

Um pormenor importante que notei é apenas da água... que têm uma cor esverdeada... Mais escura de que o habitual....Agora as correntes mudaram de direção. Estou sendo arrastado para sul... Agora já não é de oeste para este... 






 NASCER DE SOL MARAVILHOSO – PENA QUE  A SUA LUZ DEPOIS DE IRROMPER  FOSSE TÃO BREVE...


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 Finalmente, o vasto manto negro e ondulante que me envolvera ao longo de horas infinitas, embora persistindo com a mesma agitação, muda a  cor da sua face. Aos primeiros alvores da manhã, passa de um cinzento-escuro a uma imensa toalha que ondula com tons de chumbo e de prata, refletindo as densas nuvens que começavam a clarear a oriente, onde, através de alguns rasgões, surgiria por fim a tão desejada luz! – A bendita luz do astro solar,  que é sempre um reforço de ânimo e de esperança para quem anda perdido na vastidão do mar

Sem dúvida, um nascer do sol, esplendoroso, que me trazia algum reconforto, que vinha soltar-me da fatalidade que parecia ensombrar cada vez mais o meu destino.  Uma autêntica explosão de um rubro esplendor, que irrompia do fundo das tormentosas águas, que imediatamente se refletia no meu espírito e vinha  aliviar-me  de uma profunda depressão e abatimento – Pena que, tão sublime aparição, fosse tão breve, de tão curta duração.   Pois, quase com a mesma rapidez  que se abriu e me saudou, assim voltou a ocultar-se por detrás dos espessos novelos de nuvens  que cobriam o céu de ponta a ponta do horizonte, em todo o vasto e azulado círculo.



MANHÃ CHEIA DE BRUMAS E CHUVOSA - TARDE SEM CHUVA MAS TAMBÉM MUITO  AGITADA, BATIDA POR RAJADAS DE ÁSPERO VENTO 

Mar aberto e turbulento. Sobre o qual o vento não cessa de descarregar a sua ira, enfurecendo também as águas.  Atiçado por constantes rajadas e que nem sempre vêm da mesma direção. Fustigando-me asperamente o rosto! Levantando as ondas em loucos redemoinhos, sacudindo a canoa num vertiginoso balanço! Erguendo-a perigosamente! Fazendo-a ondular e deslizar por vertentes descomunais!  Dificultando-me o equilibro, quase tolhendo-me de qualquer movimento livre, obrigando-me a um inaudito esforço – sobretudo para conter a invasão da água,  que entra pelas rachas e daquela que é atirada pela rebentação e crista das vagas mais alterosas 

Ainda não vislumbrei qualquer contorno de terra e também não tive coragem de colocar o mastro e a vela.Com o remo improvisado, é muito difícil navegar. Por isso, vai à deriva, vai ao sabor do vento das vagas! Não sei para onde me leva  - Está sendo arrastada para leste com a força das correntes mas não sei onde possa ir parar e se poderá resistir ao forte impacto do constante chape chape que ressoa no costado.





  

 
Até por volta da  meia-noite o mar manteve-se calmo, com uma ligeira brisa do sul, mas eu  sentia-me muito ansioso e não conseguia adormecer, receoso que pudesse ser atirado para qualquer zona da rebentação da costa, embora confiante de que ao menos pudesse passar um resto de noite com alguma tranquilidade. Mas, subitamente, voltei a sentir o ímpeto da corrente de oeste para leste,  acompanhada de  forte ventania - E jamais tive um minuto de descanso.

As vagas sucediam-se umas atrás das outras, erguendo-se como  alterosas muralhas cor de ardósia, parecendo quebrar a frágil piroga, que não parava de balançar e de sofrer enorme solavancos, ameaçando rolar e engolir-me  num violento turbilhão de espumosas e ferventes massas escuríssimas.

 De volta e meia, algumas das espadanadas cristas, rebentavam ao meu lado, lançando-me fortíssimos jatos de água e encharcavam-me completamente. Por mais que pegasse no vertedouro, não lograva suster  o seu afluxo, que não parava de marulhar e de se acumular.  Por isso mesmo, não conseguia arranjar sequer um palmo enxuto, sobre o qual pudesse deitar-me e  ter alguns minutos de descanso.. 

 Sim, impossível dormir. Impossível um sono reparador. Lá tive pois que me recolher, ao longo de mais uma noite interminável, entre a esperança, o desassossego e o temor, encolhido e enrodilhado à minha capa, junto a uma das travessas e a meio da canoa, numa prostração de quase resignada indiferença. Sempre que podia, mergulhava os olhos continuamente na densa e turbulenta negridão, que parecia nunca mais ter fim. Mas de lá, dos confins da escuridão, não me chegava a luz de qualquer farol, assomo de recorte, nem o mais ténue sinal de vida.


E  ANOITECE...

E cai a noite...Escurece o céu e também escurece o mar. E mudam as correntes e  os ventos.... Agora ainda mais intensos... Sempre o eterno capricho dos ventos e das correntes.... Para onde me levará esta força descomunal?!... Que poder ou entidade sobrenatural  rege ou poderá opor-se a estas forças indomáveis que tumultuam e rodopiam em torno de mim numa zoada enegrecida e da mais confusa desordem?... Forças da Natura que, em vez de se acalmarem com a solidão noturna, recrudescem de violência... 

Erguendo-me à Luz de Deus nos penhascos da minha aldeia
Recebo lufadas de ventos de todos os lados. Todos os sons  tornam-se ainda mais audíveis  mas simultaneamente confundíveis num único ressoar. Este é o silêncio dos ruídos que submergem até as longínquas estrelas e que o sol, ao despedir-se, não quis levar consigo e abandonou do seu giro. Não se sabe, se o que ressoa  é o bramido das vagas ou o silvo do vento. Todavia, sob a incomensurável concha negra dos céus, no meio de toda esta imensa sinfonia de sons, surdos, abafados, polvilhados pelo ressoar  e o marulho bravio  das espumas, há uma vida humana solitária que resiste . 

Neves - S. Tomé 

Sei, no entanto, que mesmo que gritasse, ninguém ouviria os meus gritos - Serei porventura a mais desgraçada e abandonada criatura que se pode ser na vida. Mas eu quero viver. Viver até à mais débil energia, até ao último sopro de vida. Há, porém, uma realidade, incontornável,  que eu não posso ignorar: a morte está sempre ao meu lado. Umas vezes mais terna e sedutora, ofuscada  pela beleza das manhãs e tardes calmas e deslumbradas, quando as águas se aquietam, brilhantes de escamas  fugidias de pérolas e de rubis. Outras  sob o disfarce de crepúsculos de oiro, tingidos por aguarelas e transparências de vitrais ou até sob a capa da luz branca de luas enormes e nostálgicas que vagueiam e espreitam, lá do alto, por entre grossos novelos de nuvens, em límpidos céus de veludo, com lábios sedutores de um brilho de inigualável ternura, namoro e mistério. Ou, então, como agora, com a sua face mais hedionda, completamente desfigurada e atormentadora,  possessa e atiçada pela crina de ventos soltos e endiabrados.

 HAVERÁ FIGURA MAIS PRÓXIMA DA IMAGEM DA MORTE DE QUE A  DE UM NAVIO PERDIDO NO ALTO MAR, FUSTIGADO POR UMA NOITE NEGRA E TEMPESTUOSA?!...OU DE UM HOMEM SOLITÁRIO VAGUEANDO ESQUECIDO AO SABOR DAS ONDAS E  VENTOS TUMULTUOSOS E NOCTURNOS NO SEU MINÚSCULO ESQUIFE?!..
 ..

 




A bem dizer, a morte é a minha companheira de todas as horas. Convivo, lado  a lado com a sua vertigem, seja atraente ou aterradora, vagueio à superfície do abismo da sua imensa sepultura. A qualquer instante poderei desaparecer e  quase sem dar por isso. Basta que os dedos engalfinhados das suas poderosas mãos, que a noite cobre com golas rendadas e franjadas de luto,  me surpreendam a dormir ou até em qualquer instante da minha penosa vigília. Mas, se tiver de morrer, se for chegada a minha hora,  paciência!... Também não é caso para desesperar. Antes de me meter nesta aventura, equacionei todas as hipóteses: de viver e de morrer. Estou preparado para tudo; para o que o der e vier. - Só desejo que ao menos me acolha no seu leito, como um dos bravos, dos que  não lhe viram a cara e lhe dão luta, e, sendo assim, só lhe peço que ao menos seja um pouco mais complacente e me livre da terrível agonia dos miseráveis afogados que impiedosamente já sufocou e tragou nestes mesmos mares. 

Mais a mais, se eu partir para o lado de lá, ninguém vai saber como e quando a morte me chamou. Ninguém vai ter de cavar a minha sepultura, pois tenho-a, aqui ao meu lado, sempre aberta. Não, não posso receá-la... Pois haverá maior solidão do que aquela que agora que me envolve?!...Do que aquela em que  estou profundamente mergulhado?!... Haverá maior martírio do que aquele que eu vivo nestas horas, dolorosamente incertas  e  infinitas?  Que me arrastam, não sei para que confins desta  imensa e tumultuosa negridão!

 A morte?!... Como posso eu  temer a sombra da minha própria sombra se nem sequer a enxergo?... Que diferença fará a minha triste figura das sombras soltas, do confuso tumulto que campeia à superfície da conturbada planura que a espessa noite impele, transfigura e oculta?!... Noite  sobre a qual vogo e ninguém me distingue e nem eu vejo o fundo do madeiro que piso!... Que contraste haverá de mim e das trevas  que ondulam por toda a parte e têm como coberto o negrume de um espesso e pesado céu?!...Oh, sim!. Haverá maior solidão do que aquela que povoa o meu coração de mil sobressaltos, angústias  e de incertezas?!... Sim,  que me confunde e esmaga sob o teto da mesma assombrosa atmosfera em que vagueio, sem rumo e pedido!.. 

Oh, como posso eu virar as costas à  Soberana Morte, se ela me chamar?!... Até porque, se o mar me levar, meu corpo, nunca ficará  tão sozinho como agora se encontra....Há uma cova continuamente aberta, que já recebeu milhões de vidas e não se importa de continuar a receber ainda muitas mais vidas!  - Que foi a sepultura  dos milhares de escravos que, nestes mesmos mares, agonizaram horrivelmente, nos escuros porões dos barcos negreiros ou foram atirados vivos para o tumulto das ondas!.. A morte quando bate a porta, não distingue o escravo do escravizador, do pobre do rico. Levou corsários e piratas, criminosos algozes, sem escrúpulos, que não chegaram a ser mais valentes com as tempestades de que com   as suas vítimas. Não poupou e não se condoeu  de corajosos e  intrépidos pescadores, pilotos e marinheiros. Oh quantas vidas, por aqui  já não terão parecido, na vastidão do "Grandíssimo Golfo", nestes mesmíssimos mares de outrora, do passado e do presente!... Mares eternos" Mares de sempre! Mares de inesperados tornados e perigosos tubarões!



Na verdade, já lá vão algumas horas depois que o sol se pôs, e eu continuo sem me poder deitar. Sinto-me exausto e possuído por um desejo irresistível de dormir. Estou para aqui enrodilhado como um miserável trapo. Abrigado  debaixo de um toldo para me defender dos  espirros das ondas, porém,  do que eu não consigo proteger-me e defender-me, é da água que entra através da rachas. Há a que aflora pelo sítio onde assenta o mastro e também ainda a que atravessa as rachas que estão acima da linha das águas. Só que, acima dos 40 cm submersos, os 20 cm que restam, é muito pouco. Entra lentamente mas, como não pára de entrar, vai-se avolumando. E eu não disponho de bombas para a escoar; tenho que o fazer eu com o balde ou com a espátula.

 Apetecia-me estender ao comprido, pois é assim que eu faço nas noites mais serenas, e quando não chove, tal como são estendidos os cadáveres nos caixões - Sim, esta canoa é um caixão flutuante. Não é feito de várias tábuas mas num só madeiro. Mas estou a ver que não vou conseguir. Sofre constantes balanços. As ondas estalam no costado com fortes chicotadas. Por mais que escoe a água, o fundo continua num autêntico charco. De volta e meia, lá tenho eu de me ajoelhar para a escoar e espreitar o ambiente lá fora. E é o que vou fazer agora. Não deve faltar muito para a meia-noite. Mesmo sem horas, sinto o seu peso. E de noite já reajo às mesmas horas, como um autómato. Não para verter a água que faz da canoa uma banheira, pois só a baldeio quando me cobre as costas - E agora não estou deitado, mas quero saber como tempo está lá fora.

Está a molinhar. Vejo relâmpagos a rasgar o negrume das distâncias. Com o barulho das ondas ainda não ouvi o trovão, mas não deve tardar a fazer soar por aí a sua orquestra.  Meu Deus!...Este mar não me dá tréguas nem descanso!.. Pelo que vejo, espera-me um resto de noite, ainda mais confuso e atribulado.  Uma noite, açoitada  por um vento furioso, que parece não se acalmar. Vejo as habituais manchas luminescentes, aqui e além no ondulado negro das ondas, brilhos confusos e terríficos, vindos de mil direções, e certamente também das profundezas,  que refulgem, que reluzem e tremeluzem de onde em onde. Que aparecem e desaparecem. São as manchas do plâncton  e certamente da fauna marinha das profundidades que o persegue às horas mais escuras e sinistras,  que aflora à superfície.  Quando fiz a travessia de São ao Príncipe é que eu fiquei arrepiado. Era simplesmente pavoroso ver as ondas em vez de a branquear de espumas, vê-las franjadas de lume. Com explosões que faziam lembrar um mar em chamas. Até a pá do remo parecia sair de um mar a arder. Ou saída da corrente do magma de um vulcão explodindo e cuspindo a sua lava. Estas imagens são muito comuns nos mares tropicais. Agora já  estou habituado a esses estranhos brilhos. Não é isto que me assusta ou preocupa. Mas a chuva que apanho no corpo e as tempestades noturnas que só vêm dificultar ainda mais a minha segurança e sobrevivência.





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